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sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Mais uma Charge




Chico Caruso.

Como se vê, não basta ganhar a disputa. Tem que preparar o espetáculo!

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Internet X Mídia Tradicional

Não é novidade que a Internet, como meio de comunicação de massa, possui uma qualidade ímpar: não pertence a ninguém.

Com isso não há uma única pauta, uma única opinião. Há pluralidade de pontos de vista, de ideologias, de opiniões.

Aparentemente isso já está sendo assimilado pela mídia tradicional, e parece ser um caminho sem volta.

O texto abaixo eu copiei do Blog do Nassif (leia aqui). Trechos de uma entrevista com um pesquiador da universidade de Harvard a respeito dos rumos da mídia na época da Internet.

Muito esclarecedor.

Quiçá estejamos mesmo prestes a viver uma época de democratização dos meios de comunicação em massa, como a Internet promete trazer.

"
28/10/2009 - 09:23
A Internet e o fim da arrogância do jornalista
Por EDSON MEDEIROS
O 3o. MediaOn debateu o assunto, olha o que disse o especialista de Havard:

Do Terra
MediaOn: 'jornalistas terão de perder arrogância', diz Benton
Com o avanço da internet, a sobrevivência dos jornais impressos está em risco e os jornalistas terão de mudar a sua postura profissional. A opinião é de Joshua Benton, jornalista investigativo e diretor do Nieman Journalism Lab, da Universidade de Harvard, dos Estados Unidos. Ele participou nesta terça-feira à noite do 3° MediaOn, maior fórum de jornalismo da América Latina, em São Paulo. O debate 'Como o jornalismo de qualidade pode sobreviver e prosperar na era da internet' foi moderado pelo jornalista Ricardo Lessa, da Globonews.

'Os jornalistas terão de perder a sua arrogância e agir com seres humanos. A transição vai ser muito difícil para a maioria. Ainda temos muito a escrever, principalmente para investigar casos de corrupção. A internet treinou as pessoas para que elas recebessem as informações de uma forma social. Os repórteres tem de parar de encarar o seu público como um estorvo.(…)

De acordo com ele, o jornalismo como é hoje não será mais possível nos negócios. 'O fato de o mercado não comportar mais isso, não quer dizer que o jornalismo investigativo vai deixar de existir. Dou um exemplo. Três pessoas fazem a cobertura de um bairro em Seattle, como ninguém fez antes. Todo mundo lê. Se tem um buraco na rua, eles lá estão. Tem 50 empresas locais anunciando no site deles. Estão ganhando dinheiro. São só três pessoas e é lucrativo para eles'.

Benton diz que hoje, o número de jornalistas em impressos dos Estados Unidos está nos mesmos níveis de 1971, 38 anos atrás.(…)

De acordo com ele, as redes sociais, como o Twitter e o Facebook, devem crescer cada vez mais. 'Com elas, uma pessoa apenas pode propagar as suas ideias para outras. (…)

Credibilidade na Internet

'Credibilidade e e confiabilidade é uma questão de tempo. Não vamos chegar ao ponto que tínhamos antes, quando se dizia que se está no jornal, está certo. Isso é o que se espera das marcas, como um New York Times e uma Folha de S. Paulo (?????), que adquiriram essa confiança no decorrer do tempo'.

(…)

OBS: As interrogações acima, próximas do nome da Folha são do Luis Nassif.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Preciosa Ponte

A distância entre Salvador e Itacaré agora é de 3 horas, devido à inauguração da ponte sobre o Rio de Contas (leia aqui).



O que encurtará a viagem até Ilhéus também. Aliás, até Canavieiras.

Uma bela obra do governo do Estado, não se pode negar. Que foi entregue com atraso, é verdade, mas que fortalecerá o turismo, integrando 3 dos principais destinos turísticos do estado: Salvador, Itacaré e ... Morro de São Paulo, cujo acesso se dá via Valença que fica no meio do caminho entre Salvador e Itacaré.

"Mas o turismo em Ilhéus não será beneficiado com essa ponte também?" perguntariam-me alguns.

Pode até ser. Mas provavelmente o ganho real será irrelevante. Os turistas que saem viajando de carro, principalmente quando passam por locais atraentes, tendem a percorrer distâncias relativamente pequenas. Assim, provavelmente os turistas que saem de Salvador via Ferry Boat estarão seduzidos pelas belezas de Morro de São Paulo, Camamu, Itacaré ou Serra Grande muito antes de chegarem a Ilhéus.

Para Ilhéus tipicamente aportam de carro os turistas vindos do interior da Bahia e dos estados vizinhos de Minas Gerais, Goiás (Distrito Federal incluído) e Tocantins.

Muitos desses turistas, aliás, trazem tanta disposição ao vandalismo e tanta desconsideração pela cidade que os recebe que melhor seriam se não viessem. Todavia, estes não são todos, é importante que se diga.

Para Ilhéus, o Turismo precisa de estrutura portuária e, principalmente, aeroportuária. Ilhéus precisa estar listada nas opções de turismo das agências de todo o país, principalmente nas regiões sudeste e sul, de onde saem mais turistas atraídos pelas águas mornas das praias do Nordeste.

Para isso há que haver muitos vôos diários (e noturnos, senhores Governador e Presidente... lembem-se de cumprir o que prometem), que cheguem o mais lotados possível.

É preciso apostar no turista que visite barracas de artesanato, hospede-se nos hotéis e pousadas, coma nos bares, barracas de praia e restaurantes, consuma os serviços receptivos.

E, portanto, é preciso que exista qualidade em tudo o que é oferecido a esse turista. Atendimento, segurança, higiene e preço justo são atributos que convidam o turista a voltar. E trazer mais pessoas consigo.

Ao mesmo tempo, é muito importante que, na medida do possível, possa-se afastar da cidade os turistas que alugam casas por temporada e não consomem serviços nem produtos na cidade. Os turistas-poluição. Poluição sonora, das praias, das ruas, da economia da cidade.

Mais um verão chegando. Vamos tentar de novo fazer o dever de casa. O Turismo em Ilhéus é uma verdadeira galinha dos ovos de ouro.

Mas às vezes parece que querem matar ave.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

"Rolando" a novela do Aeroporto

Acho que essa charge do sempre genial Chico Caruso, explica bem como é que está sendo tratado o problema do Aeroporto de Ilhéus.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Não é fácil, não.

"O aeroporto voltará a operar vôos noturnos em Outubro!"



Eu gostaria de entender o que está acontecendo por trás do impedimento da normalização do aeroporto de Ilhéus.

Uma garantia dada pessoalmente pelo presidente Lula e pelo governador Jacques Wagner pareceu que poria um ponto final nessa enorme novela. Afinal, ambos garantiram que, em Outubro "se desataria o nó do Aeroporto de Ilhéus".

Na época pareceu-me estranho que em apenas uma reunião se pudesse decidir isso. Pois se era tão fácil, porque essa reunião não havia acontecido antes?

Mas, assim como todos, confiei que o Presidente da República e o Governador do Estado não empenhariam suas palavras em vão.

É razoável supor que ambos confiavam nisso quando afirmaram que o Aeroporto voltaria a operar normalmente em Outubro. O desgaste político da palavra não cumprida é muito grande e, particularmente no caso do governador, pode ser decisivo, já que as pesquisas de intenção de voto o colocam em situação delicada. Logo, não há como crer que eles tenham garantido levianamente que o Aeroporto operaria normalmente a partir do mês de Outubro.

O que leva à conclusão de que alguma coisa aconteceu durante o período entre a data em que ouviu-se a garantia do Governador e do Presidente e o mês previsto por eles.

Ou então alguma coisa já estava acontecendo antes, a despeito do conhecimento e da vontade dos líderes do executivo Federal e Estadual.

De toda forma, como diria o personagem Shakespeariano, "há algo de podre do Reino da Dinamarca".

Não é fácil explicar as infinitas exigências da ANAC para liberar o Aeroporto. Não é fácil explicar que, mesmo depois de cumpridas todas (o que provavelmente parecia impossível) a ANAC insista em não liberar o Aeroporto. Não é fácil explicar que uma simples reunião pudesse resolver todos os empecilhos postos e repostos pela ANAC. Não é fácil explicar que o Presidente e o Governador empenhem suas palavras em vão.

Não é fácil explicar a passividade de toda uma região frente a todas essas seguidas demonstrações de falta de respeito e consideração por parte dos mais diversos níveis administrativos.

Não é fácil, não.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Quando Wagner Desafina

Pedem-me com freqüência que eu faça uma análise pessoal do governo Jacques Wagner. Principalmente para confrontar alguns blogs assumidamente petistas, como o “Sarrafo” e o “Pensar Grande”.

Bem, eu vou fazer um pouco o jogo dos que gostam de ver "o circo pegar fogo". As críticas que tenho ao governo Wagner são muitas, a maioria ligada à extrema inoperância de certos setores do estado e à excessiva quantidade de propagandas e promessas não cumpridas.

Senão vejamos: a ponte da estrada Camamu-Itacaré, já deveria estar pronta há meses. A ponte sobre o Rio de Contas nem se fala. Todas promessas feitas publicamente, com data marcada. A próxima promessa não cumprida é a liberação da operação do aeroporto de Ilhéus em Outubro. E, fala-se nos bastidores, o início das obras da ferrovia que ligará Ilhéus a Caetité em Dezembro também não vai sair. O mesmo já se diz da duplicação da BR415 entre Ilhéus e Itabuna.

Poderia passar mais tempo aqui citando promessas que o Governador fez e não cumpriu, só com relação ao Sul da Bahia. Mostrando a inoperância de muitos setores do governo, mostrando como falta articulação e ação tanto no campo político quanto no campo administrativo.

Comparado ao governo federal, que também é do PT, as realizações do governo do Sr. Jacques Wagner são realmente muito tímidas. Difícil explicar porque o presidente Lula consegue fazer tanto mais do que o governador da Bahia que é, afinal, o principal estado governado pelo Partido do Presidente.

Mas há atenuantes, que não justificam, mas amenizam a seqüência de decepções que o governo da Bahia vem proporcionando. Em primeiro lugar, a situação econômica em que o estado se encontrava em 2006 não era das mais favoráveis. Além disso, nos primeiros meses de seu mandato uma série de informações a respeito de indicadores sociais como violência, desemprego, pobreza, saneamento básico, educação e saúde “despencaram” repentinamente, o que foi amplamente divulgado pela imprensa. Não dá para compreender facilmente que em menos de um ano esses índices tenham piorado tanto. É mais provável que as informações tenham se tornado mais precisas, revelando dados que já eram ruins mesmo antes do atual governo se instalar na Bahia.

Não tenho realmente muitas coisas favoráveis para dizer do governo Wagner ainda. Espero que as coisas mudem, e que o governo comece a realizar mais, a cumprir promessas, a fazer menos propaganda e mais ações efetivas.

Mas a pior herança que esse governo pode deixar aos baianos não são as promessas e os problemas mal resolvidos, ou não resolvidos. O que é ruim pode ficar pior. Pode acontecer, como conseqüência do governo Wagner, que os eleitores da Bahia, decepcionados, façam voltar ao poder o grupo político que mandou no estado entre 1990 e 2006.

Isso, sim, seria um desserviço difícil de perdoar prestado pelo governador Wagner ao estado.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Complexo Intermodal: Xadrez

As disputas políticas que são travadas num ambiente democrático muitas vezes são travestidas em batalhas, no mínimo, interessantes. Às vezes pela agressiva belicosidade dos adversários, às vezes por manobras que exigem muita flexibilidade ética para serem aceitas como parte do jogo. E, por vezes, pela astúcia, inteligência ou perspicácia.

É o caso da notícia recente de que “a ONG Floresta Viva, sitiada em área Uruçuca-Serra Grande, entra em ação através de um Projeto sem pé e sem cabeça ‘CRIAÇÃO DE UM PARQUE MARINHO NA PEDRA DE ILHÉUS’ “ (leia aqui ).

Independente do lado em que se está numa disputa, é importante reconhecer uma jogada inteligente. Totalmente lícita, ética e legal, é importante que isso fique muito claro!

Se o projeto for aprovado, a ONG consegue, num só movimento, inviabilizar o projeto do Complexo Intermodal, o que parece ser, pelo que se lê em seu site (leia aqui) sua principal preocupação no momento. Não há como não reconhecer: um lance genial.

Com alguns efeitos colaterais, pois a implantação do parque marinho também dificultaria a atracação de navios no atual porto de Ilhéus – o que provavelmente diminuiria o número de cruzeiros e encareceria o processo de exportação e importação de grãos e materiais. Além de possivelmente inviabilizar o projeto do porto pesqueiro, que deverá se situar na baía do Pontal.

Evidentemente não estou aqui criticando, do ponto de vista legal ou ético, a ação da Floresta Viva. Faz parte da disputa: ela apresenta o projeto, e se ele for aprovado todo o Complexo Intermodal fica inviabilizado. Xeque-Mate. Uma manobra muito bem pensada, que se der resultado determinará o fim dessa disputa política entre os que desejam e os que não desejam o Complexo.

Pessoalmente, sou a favor do Complexo. Por isso torço para que o projeto do Parque Marinho não seja levado adiante. Mais ainda, acho que os efeitos colaterais gerados no Porto do Malhado e no Terminal Pesqueiro deveriam ser levados em conta também, considerando a combalida economia do Sul da Bahia.

Mas reconheço que, numa disputa política travada como num jogo de Xadrez, essa foi mesmo uma jogada de mestre.

Pode decidir a partida.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Conselho de Trânsito e Mobilidade

No blog "Agravo Ilheense" há uma pequena postagem, mas que aponta para uma medida que, se conduzida correta e efetivamente, pode contribuir muito positivamente para que Ilhéus se torne uma cidade melhor.

Leia aqui, o blog "Agravo" e veja como na terça-feira, dia 13/10/1009 uma postagem afirma que a câmara de vereadores aprovou a criação do "Conselho de Trânsito e Mobilidade"

É forçoso reconhecer que o trânsito da cidade é desumano, pois pedestres, ciclistas motociclistas e motoristas convivem sob intensas tensão e agressividade, que resultam em perdas, muitas vezes de vidas.

Além disso, o trânsito é um dos maiores entraves da cidade de Ilhéus.

O comércio é prejudicado, pois o acesso às casas comerciais é uma verdadeira maratona, tanto para motoristas quanto para pedestres. Não há estacionamentos, e há infrações constantes e impunes das regras de circulação. Isso desestimula qualquer cliente a se deslocar até o centro comercial.

Além disso, o Trânsito de Ilhéus impacta negativamente no Turismo, pois a sinalização da cidade é precária, e o tráfego confuso. Somando isso ao comportamento dos motoristas que literalmente assustam os turistas, vê-se o quanto melhorar o trânsito ajudaria o desenvolvimento do turismo na cidade de Ilhéus.

O transporte coletivo precisa ser reestruturado, e é urgente a construção de um terminal de integração, além do aprofundamento da pressão política pela criação de uma zona metropolitana entre as cidades de Ilhéus, Uruçuca e Itabuna (pelo menos), para permitir (e exigir) uma tarifa mais justa para as pessoas que trafegam diariamente entre esses municípios.

As pessoas com deficiência física também precisam ser contempladas: calçadas rebaixadas, estacionamentos reservados a portadores de deficiência e o aparelhamento dos ônibus para permitir o acesso dessas pessoas ao transporte público.

Como se vê, trabalho não falta para o Conselho de Trânsito e Mobilidade. Mas a notícia do "Agravo" é incompleta. Porque ficam as perguntas: quando será composto esse conselho? Quem serão as pessoas que o comporão? Quais serão suas atribuições? Quais as prerrogativas que o conselho possui para fazer valer suas decisões?

Não há dúvida de que é uma boa idéia a criação do "Conselho de Trânsito e Mobilidade".

Mas, assim como acontece com os carros e as vagas de estacionamento, ficam sobrando perguntas e faltando respostas.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Dia das Crianças

Eu tenho uma linda princesinha, que preenche meu coração de amor, ternura e carinho.

Por motivos alheios à minha vontade, não a verei hoje.

O que me faz pensar em outras crianças.

No Dia das Crianças, não lembrar apenas das nossas crianças. Aquelas que amamos e protegemos.

Lembremos de todas as crianças do mundo.

Crianças merecem ser protegidas!



Sonho com um Dia das Crianças em que os pequenos se juntem e estabeleçam a Nova Ordem: nenhuma criança vai viver senão para brincar e estudar!

Seria o início de uma grande Revolução infantil.

Mas que fosse só o começo.



Não podemos lembrar das nossas crianças apenas. Hoje é o dia de TODAS as crianças. Cuidemos delas.

sábado, 10 de outubro de 2009

Uma Prece

Essa é Isabel, Analista de Sistemas, minha ex-colega de trabalho.



Isabel morreu na Tsunami na Ilha de Samoa.

Uma prece, oração, ou pensamento positivo.

Grato a todos.

Bel, vai com Deus tá?

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Charge

Realmente o governo do Estado de São Paulo tem exagerado. Já tenho assistido comerciais das realizações do governo Paulista até nas TVs locais da Bahia e da Paraíba!



Mas o governo da Bahia não fica muito atrás... cadê o Complexo Intermodal? Cadê a duplicação da BR415? Cadê o fim do REDA? Cadê a normalização dos vôos noturnos?

Cá de onde observo, quase não vejo as realizações (que existem, é importante que se diga) pois ficam escondidas atrás de toda a propaganda vazia, de obras inexecutadas.

Seria uma pena a Bahia voltar a ser comandada por aquele velho grupo político.

Lula conseguiu fazer a Esperança vencer. Porque Wagner não consegue?

terça-feira, 6 de outubro de 2009

BRIC e o desenvolvimento humano

Apesar de tantas conquistas, ainda há sempre tanto a fazer. Apesar de tanto elogios, ainda há sempre tanto a criticar.

O propalado BRIC – grupo de países formados por Brasil, Rússia, Índia e China, são apontados por muitos economistas como as quatro novas potências econômicas do planeta. Uma realidade que deverá acontecer nos próximos anos.

De fato, o crescimento sustentável, as decisões políticas de seus governos e as condições macro-econômicas do Globo sugerem que, em breve, o BRIC estará brevemente junto com Estados Unidos, Inglaterra, França, Alemanha, Itália, Japão e Canadá. Países que formam o G7. Aliás, brevemente não fará mais sentido pensar em G7, mas em G20 (leia aqui), tal a perda de importância estratégica das sete nações mais ricas do planeta.

Mas o BRIC, que tem nota exemplar na atuação econômica, conseguindo sobressair no capitalismo internacional, acaba de ser reprovado – os quatro – na lição de casa.

A lista de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos países, que foi divulgada pela ONU coloca uma questão aos BRIC: de que está valendo vencer a guerra capitalista se as pessoas desses países ainda não conseguem viver melhor?

De fato, a Rússia ficou em 71º lugar na lista. O Brasil, mais modesto ainda, ficou em 75º. A China foi classificada na posição 92 e, incompreensível, a Índia que já é uma liderança mundial na produção de tecnologia de Informação, ficou na 134ª posição.

Todos atrás de países “pobres” como Andorra, Chile, Lituânia, Antígua e Barbuda, Letônia, Argentina, Uruguai, Cuba, Bahamas, México, Costa Rica, Venezuela, Panamá, Trinidad e Tobago. Países que não estão com economias capitalistas pujantes. Mas que, em troca, permitem uma qualidade de vida melhor aos seus habitantes.

Nem sempre o desenvolvimento econômico promove a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Particularmente na lógica capitalista, é necessário um controle muito grande sobre a economia para forçar o aumento da produção e da riqueza a ser distribuído pelas pessoas. Para que o crescimento seja bom para todo mundo.

O BRIC precisa fazer essa lição de casa. Precisa ter a coragem de romper definitivamente com a lógica liberal do estado mínimo, e atuar como estados modernos que inteligentemente promovem o desenvolvimento econômico ao mesmo tempo em que inflexivelmente impõem que a riqueza e o desenvolvimento sejam melhor distribuídos, melhorando a vida de todas as pessoas.

Que assuma, O BRIC, essa corajosa missão de ensinar isso ao planeta. Conquistar a sede das olimpíadas de 2016 foi motivo de orgulho para o Brasil. Mas que nos orgulhe mais nosso país ao mostrar ao mundo que é possível desenvolver as economias incluindo o desenvolvimento dos seres humanos.

Porque senão o BRIC será reprovado nessa disciplina.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

sábado, 3 de outubro de 2009

Meninos, eu Vi!

Mensalões, ambulâncias, cooptação de caseiros, pressão em secretárias da Receita, fraudes no ENEM à parte. Não que essas coisas sejam defensáveis. Tampouco que eu acredite desvairadamente em cada denúncia. Contudo, e apesar de tudo, estava hoje fazendo uma reflexão a respeito das coisas que eu nunca pensei que viveria para ver.

O Brasil ser considerado “credor” da dívida externa. Aquela que parecia “impagável” em outros tempos.

O Presidente do Brasil ser recebido como presença de honra na Inglaterra (aquele que é convidado a se sentar ao lado da Rainha) destacando-se num encontro dos líderes dos países mais ricos do mundo.

Aliás, o Brasil participar de um encontro entre os países mais ricos do mundo.

O Brasil se tornar auto-suficiente em petróleo, e possivelmente vir a ser a maior potência energética do planeta.

Diminuição efetiva e irrefutável – dados do IBGE e da ONU – dos índices de pobreza e miséria.

Estação de seca no Nordeste sem as velhas manchetes dando conta de milhares e milhares de pessoas vivendo à base de Calango assado e Palma cozida.

O Brasil parar de tomar dinheiro emprestado, sujeitando-se às determinações e ingerências do FMI.

O Brasil emprestar dinheiro ao FMI para socorrer economias de outros países.

Frente à maior crise econômica mundial desde 1929, que devastou economias pelo mundo inteiro, o Brasil foi um dos últimos países a entrar em recessão, e um dos primeiros a sair dela. Eu sou do tempo em que uma pequena crise na Argentina ou no México fazia a economia brasileira derreter (ou, como se dizia: se a Argentina "espirra", o Brasil "pega uma Tuberculose").

O Brasil sediar uma Copa do Mundo.

O Brasil sediar os Jogos Olímpicos.

Devo ter esquecido alguma coisa.

Eu sou um crítico contumaz do governo do presidente Lula. Muitas dessas “conquistas” que listei acima eu, pessoalmente, nem considero vantajosas, porque não estou convencido de que estrategicamente foram compensatórias.

E não me esqueço de inúmeras mazelas e problemas que este governo criou, ou não resolveu.

Mas não se pode negar: durante os quase 7 anos de governo do Presidente Lula, do PT e de sua coligação – que muitas e muitas críticas e suspeitas merecem – tenho visto coisas que realmente jamais pensei que veria em minha vida.

Um dia terei cá minhas memórias, da forma do velho Timbira, que vive em “I-Juca-Pirama”, de Gonçalves Dias. E lembrarei desta época, assim como o velho índio se lembra do “moço guerreiro Tupi” e suas façanhas.

E direi para meus filhos e filhas, ou para os netos que um dia terei: “Meninos, eu vi!”.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Dia do Idoso

O dia do Idoso. Esta data era celebrada no dia 27 de Setembro. Todavia, desde a promulgação do Estatuto do Idoso em 1º de Outubro, o dia do idoso foi transferido para hoje de acordo com a lei número 11.433 de 28 de Dezembro de 2006.

Portando hoje é o Dia do Idoso.

Dever-se-ia dizer "Dia da Melhor Idade", pois a cada dia mais, devido aos avanços da Ciência e da tomada da consciência, por cada vez mais pessoas, de que ficaremos velhos – se tivermos sorte – a vida do idoso vem melhorando.

Emociona muito saber de histórias como a de dona Enedina Pereira da Silva, que completava 100 anos no dia em que concluía seu curso de alfabetização, encerrando o TOPA (Todos Pela Alfabetização), um dos mais importantes programas do governo do estado da Bahia.

De fato, não se pode negar que viver na “melhor idade” tem sido de fato cada vez melhor. A Ciência tem proporcionado longevidade às pessoas e, além disso, pesquisas em Bioquímica, Medicina Preventiva e Geriatria permitem cada vez mais que os nossos queridos velhinhos possam gozar (literalmente às vezes!) dos prazeres da vida por muitos e muitos anos. Mudanças legislativas modificaram as relações da sociedade com os idosos, garantindo-lhes mais dignidade e respeito, ressaltando um dos mais sábios entendimentos da Lei: que não se pode tratar com igualdade pessoas que são desiguais. Os idosos merecem as conquistas que vão obtendo. Isso é algo que a humanidade inteira tem que comemorar.

Mas ainda é pouco. Por exemplo, no estatuto do idoso se estabelece que eles tem o direito de não aguardar o mesmo tempo que os mais jovens pelo atendimento em filas de bancos, estabelecimentos comerciais, autarquias, etc. O espírito da Lei é óbvio: com músculos e ossos mais envelhecidos, é justo que os velhinhos e as velhinhas não fiquem tanto tempo quanto os demais em posição desconfortável – normalmente de pé – esperando por um atendimento qualquer. O desejável, e o que motivou a Lei, é que jovens aguardem mais para que velhos tenham prioridade.

Mas eis que surgem as “filas preferenciais” para Idosos, gestantes e portadores de deficiência física!

Não conheço o texto exato da Lei a esse respeito. Portanto, não cometeria aqui a leviandade de declarar ser a “fila preferencial” uma solução ilegal. Mas uma coisa se vê facilmente: as tais “filas preferenciais” afrontam humilhantemente o Espírito da Lei. Pois os idosos que pegam a “fila preferencial” acabam esperando pelo seu atendimento, e sofrendo com o desconforto, da mesma forma que os demais usuários. Algumas vezes até mais.

Por exemplo, certa vez, numa agência bancária, fiz uma conta bem simples: havia um caixa atendendo a “fila preferencial”. E haviam 12 idosos de pé nesse fila. Os demais clientes, que eram atendidos pela “fila não preferencial”, somavam 21 pessoas. E haviam 3 caixas para atende-los. Assim, na média, havia 7 pessoas para cada atendente na fila dos clientes “não preferenciais” e 12 idosos para cada atendente na fila “preferencial”. Isso sem considerar o fato de que, devido às inerentes dificuldades de audição e visão, o tempo médio de atendimento de cada um dos idosos é maior do que o dos demais clientes.

Pode até não ser contra a lei. Mas a “Fila Preferencial” é uma clara afronta ao direito dos idosos. É uma maneira de as empresas e organizações em geral atenderem ao que está disposto no Estatuto do Idoso, mas sem arcar, de fato, com o ônus de conceder o tratamento que o idoso merece: um atendimento de fato diferenciado.

Naturalmente, esse procedimento de “fila preferencial” não se resume a bancos: supermercados, repartições públicas, autarquias, etc. costumam seguir o mesmo procedimento.

Talvez este protesto aqui não passe de uma grande bobagem, mera perda de tempo, pois não há nada legal que possa ser feito. Mas permitamo-nos o direito de refletir, protestar e denunciar.

Os nossos velhinhos, que vivem sua “melhor idade” têm muito a comemorar e merecem que comemoremos com eles, a cada conquista. São, em metáfora (e realmente também), os pais, tios, avós, bisavós de todos nós. Merecem amor e respeito.

Mas ainda há muito a conquistar, para que se possa dizer que concedemos a dignidade merecida a quem já viveu uma vida inteira, e agora têm o direito de verdadeiramente gozar uma Melhor Idade.

Mais do que uma Lei, é preciso que tenhamos o coração sempre repleto de carinho e respeito por eles.