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sábado, 31 de julho de 2010

Barracas e Praias

Em Salvador haverá a demolição de todas as 352 barracas de praia da cidade, por determinação judicial (leia aqui).

Em Ilhéus está sendo levada a cabo decisão semelhante. E já soube que o mesmo aconteceu em João Pessoa/PB.

O que eu fico me perguntando é: isso é bom ou ruim?

Pessoalmente sou suspeito de falar, já que gosto de ir à praia e me sentar numa barraca, onde se degusta um bom petisco, uma cerveja gelada, um papo com os amigos.

Acho que é um atrativo a mais - e opcional, diga-se de passagem - que as praias do nordeste possuem.

Subtrair esse importante recurso turístico me parece ruim, portanto. As praias perderão parte de sua atratividade, e muitas pessoas se verão impossibilitadas de seguir ganhando o pão de cada dia.

Acho que o intento é fazer nossas praias se parecerem o máximo possível com as praias de cidades como Miami Beach: limpas e imaculadas, mas vazias e sem atrativos. Vejam nesta foto, que eu tirei pessoalmente.


A troco de uma explicação que não é muito clara. Pelo menos para mim: "(...) reduziram as praias da cidade, outrora belas, no mais horrendo e bizarro trecho do litoral das capitais brasileiras", disse o juiz da sentença em Salvador.

Há também argumentos ambientais, com alegação de poluição do solo e poluição visual.

Confesso que desconheço os detalhes. Mas a mim me parece que o Turismo no Nordeste está prestes a viver dias de estrondoso prejuízo quando essas medidas forem levadas a cabo.

Afinal, nem só de mar e areia se vive na Praia.

A virada eleitoral

Eu dei um sorrisinho de canto de boca quando um amigo Petista me falou, um ano atrás: “agora é certo: Dilma será a sucessora de Lula”.

Eu realmente achava que a então ministra, com menos de 5% das intenções de voto, tinha praticamente nenhuma chance. Era um daqueles que dava como certa a volta do PSDB/PFL (DEM) à presidência.

Ela vai ganhar”, insistiu meu amigo. Mas eu não acreditava. Como reverter uma diferença tão grande, já que José Serra rondava os 40% das intenções de voto?

Eu ainda estava sem entender o porquê de o presidente Lula sempre rechaçar categoricamente a hipótese de ele mesmo ser o candidato. Com 80% de popularidade, e mais de 70% de aprovação de seu governo, não seria necessário grandes esforços para fazer uma manobra e arrumar um jeito de sair candidato.

O seu antecessor, com números bem mais modestos, não teve esses pudores. Atropelou a Constituição e conseguiu um mandato ao qual ele não tinha direito quando venceu as eleições.

Mas Lula não aceitou. “Porque é um democrata de corpo e alma” defendeu meu amigo.

Entendo que seria mais um atentado à democracia brasileira. Caso Lula tentasse tal manobra, entrincheirar-me-ia junto aos que se opusessem a isso. Mas ele não o fez, e como eu não creio tanto assim no altruísmo dos políticos, entendia que havia outro motivo. Só não sabia qual.

Mas agora eis que tudo começa a fazer sentido. O IBOPE apontou em sua pesquisa mais recente que Dilma Roussef aparece em primeiro lugar (leia aqui). O Vox-Poppuli também aponta vantagem para a ex-Ministra e no Datafolha há um empate. Mas em todos a tendência de crescimento da candidata Petista é inexorável. O Meu amigo tinha razão: ela vai mesmo ganhar.

A não ser que surja algum fato novo. Mas que seja realmente importante, não as “ declarações” do Presidente da Colômbia, tampouco as “barbeiragens” do Presidente da Venezuela.

Meu amigo Petista tinha razão. O Lula vai fazer sucessora. Provavelmente ainda no primeiro turno. E eu devia ter visto isso antes, já que as pistas estavam todas ali.

Lula não precisava sair candidato. Sabia que transferiria votos para Dilma.

O crescimento de Dilma não é inédito. Eu devia ter me lembrado de casos como Fernando Collor de Melo, que em 1988 tinha menos de 10% das intenções de voto e em 1989 é eleito Presidente. Ou Fernando Henrique Cardoso, que saiu do status de um quase desconhecido Ministro da Fazenda em 1993 para vencer ainda no primeiro turno em 1994.

Um ano é muito tempo para mudanças no quadro eleitoral.

A História se repete. A Engenharia Política que construiu os vencedores de 1989 e 1994 está terminando de forjar mais um artefato.

Outro sucesso eleitoral.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Eles sobreviveram

Eu não havia visto a pancada entre Bruno Junqueira e Diumar Bueno pela Fórmula Truck em Interlagos.

Não é privilégio da Fórmula 1 o nível surpreendente de segurança: nenhum dos dois pilotos sofreu nada de mais sério.



O bom é que essas tecnologias que são desenvolvidas nas pistas acabam chegando aos carros que nós usamos. Um bom serviço - talvez o melhor - prestado pelo Automobilismo de Competição.

Hoje usamos Câmbio Semi-automático, Injeção Eletrônica, Freios ABS, Colunas Laterais, e até mesmo o Cinto de Segurança graças à inventividade dos engenheiros das corridas.

E, infelizmente, à vida de alguns pilotos.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

A gente vai aprendendo

Amarildo, sempre genial, percebeu um padrão no comportamento de todos os candidatos, de acordo com sua posição nas pesquisas eleitorais.



Eu fico pensando aqui com minha própria pessoa: definitivamente isso explica muita coisa.

Tenho fé que com o tempo a gente vai aprendendo cada vez mais.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Vai Começar

Não se pode ter nada pessoal contra o time do Santos: o Santos de Pelé, o Santos que é, e será sempre, uma página das mais belas do Futebol Brasileiro.

Tampouco se pode negar que o time da Vila Belmiro é o grande favorito: qualquer bolsa de apostas pagaria 1 para 1.

Mas, ainda assim, hoje começa a decisão da Copa do Brasil. Apesar de não sermos favoritos, estamos na Luta. Havemos de ser guerreiros.

É mais uma chance de ver o Vitória vencer um torneio nacional.

Com todo respeito ao Peixe, e aos fabulosos meninos da Vila, eu sou mais Vitória.

domingo, 25 de julho de 2010

Bom Garoto

Não é novidade o jogo de equipe na Fórmula 1. Daí que não se pode considerar uma surpresa o que a equipe Ferrari pediu a Felipe Massa que fizesse neste GP da Alemanha. E não é incomum as equipes definirem claramente um primeiro e um segundo pilotos. Pelo contrário: incomum é isso não acontecer. Como em 1988, quando Ayrton Senna vai para a Mclarem e começa a enfrentar Alain Prost, primeiro piloto, bi-campeão e com então 4 anos no time, sem que houvesse resistência do staff.

Acontecia, porém, que Ayrton tinha as costas quentes, já que era o escolhido da Honda, a poderosa fornecedora de motores. Era efetivamente um grande apoio dentro da equipe. De mais a mais, a superioridade técnica ímpar daquele carro, que venceu 15 das 16 corridas no ano, era suficiente para que se deixassem os pilotos brigar sem sustos.

Porque normalmente não acaba bem para as equipes quando seus pilotos se engalfinham durante a temporada. Historicamente há exceções, que apenas confirmam a regra. Basta ver que, das poucas vezes em que o melhor carro não venceu o campeonato mundial, em quase todas as ocasiões isso se deveu à disputa fraticida entre colegas de equipe. Exemplos não faltam: Fittipaldi e Petterson conseguiram fazer a Lotus não vencer o campeonato de 1973, perdendo para Jackie Stewart. Jones e Reutemann conseguiram perder, com a Williams, o título para Nélson Piquet em 1981. A mesma Williams, aliás, repetiria a proeza, deixando Piquet e Mansell se engalfinhar e assistindo Alain Prost desfilar sua competência rumo ao título em 1986. E a Mclarem viu Alonso e Hamilton destruírem um as chances do outro, e Kimi Raikkonen comemorar o campeonato de 2007.

Definitivamente, deixar os pilotos de um mesmo time disputarem entre si é muito arriscado. É mais seguro estabelecer um primeiro piloto. Como fez a Tyrrel com Stewart em 1973, a Brabham com Piquet em 1981, a Mclarem com Prost em 1986, a Ferrari com Raikkonen em 2007. Venceram o campeonato mesmo sem ter um equipamento à altura, aproveitando-se das disputas internas dos adversários.

E casos mais extremos de superioridade por anos a fio, como Ayrton Senna, que sempre foi o principal do time, enquanto a Berger só restavam migalhas. Idem para o caso de Rubens Barichello na Ferrari, quando ali havia Schumacher.

É importante observar que são casos de sucesso. Portanto, não dá para acreditar que é ruim haver um primeiro e um segundo piloto. É preciso entender isso como uma solução inteligente e segura. O que machuca às vezes é quando o segundo piloto é o nosso preferido: Barrichello, Massa. Lembro bem que não havia, aqui no Brasil, tanta gente assim gritando na época em que Gerard Berger era o capacho de Ayrton Senna, ou quando Piquet tinha Hector Rebaque e Ricardo Patrese como segundos pilotos.

Entretanto, há limites esportivos para isso. Quando um piloto recebe menos atenção, ou recebe as atualizações de equipamento com mais atraso, ou tem sua estratégia montada em função do colega de equipe, aí ele está sendo segundo piloto. Precisa se conformar com isso, e precisa fazer jogo de equipe também, como Patrese fez para Piquet em Kyalami/1983, Berger fez para Senna em Suzuka/1991, Massa fez para Raikonnen em Interlagos/2007.

Mas não se pode, esportivamente, admitir que, sem um motivo forte, como a iminente conquista de um campeonato mundial, ainda seja necessária uma ordem de equipe para que o segundo piloto ceda uma posição sem disputa, ele que já está em inferioridade técnica e estratégica. Estar ali, afinal, é algo que ele conseguiu contra todas as probabilidades.

Assim despreza-se o mérito do Esporte, em que deve vencer o que suplantou os adversários, para se impor o mérito empresarial, em que deve vencer o que for do interesse dos cartolas. É fraude, pura e simplesmente.

É o caso do GP da Alemanha. E não há um único culpado: é importante ressaltar que a Ferrari propôs o lamentável jogo aos seus pilotos, mas estes concordaram.

Nas mesmas condições Webber não cederá para Vettel. Como Hamilton não cedeu para Alonso. Como Senna não cedeu para Prost. Administrar isso é responsabilidade da equipe. Nãp dos pilotos. Estes buscam apenas vencer.

E aqui especificamente cabe esclarecer que Felipe Massa também não agiu esportivamente. Porque um esportista precisa atuar eticamente, sem infringir regras, mas também precisa fazer todo o esforço possível para alcançar a vitória. Ou isso ou não merece ser tratado como um verdadeiro Esportista. Rubens não foi antes, Felipe não é hoje.

Não há justificativa para essa submissão: nem o favorecimento à equipe, nem a cláusula contratual, nem o medo de perder o emprego.

A única recompensa que se faz digno dela o piloto que se permite ser usado assim foi exatamente o que Felipe Massa ouviu, via rádio, de sua equipe, no melancólico final da corrida: “Bom Garoto”.

Como ouve, de seu dono, o feliz cachorrinho que se comporta bem.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

O Gênio gosta de Rir

Que Valentino Rossi é um gênio das pistas todo mundo sabe. Talvez o melhor piloto de motos de todos os tempos.

O que pouca gente sabe é que o genial italiano é, também, daqueles que não perdem uma piada. Como não costuma perder corridas também.

Um dia apareceu nos treinos com esse capacete aí. Original, bonito e o melhor: extremamente bem humorado.



Os patrocinadores, temendo que a alegre imagem chamasse mais atenção do que seus anúncios, não gostaram do casco. E Valentino não o usou mais.

O que é uma grande pena, já que falta um tanto dessa irreverência nesse mundo cada vez mais sisudo e empresarial dos esportes a motor.

Seria bom se tivéssemos mais Valentinos por aí. Os pilotos hoje quase se esquecem de que são esportistas, não instrumentos de marketing.

E se é para ser um outdoor ambulante de luxo, que seja rindo.

E fazendo rir.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Com Luva de Pelica

Educação, respeito e polidez. Um tapa com luva de pelica contra essa nossa imprensa que se apressa em referir os presidentes vizinhos com adjetivos chulos, mas misteriosamente isso ocorre apenas quando eles orientam seus governos à esquerda.

Fico me perguntando porque não faziam nada parecido quando dos desmandos de mandatários, hoje defenestrados, tais como Menem e Fujimori.

A carta do embaixador da Venezuela ao Estadão

"A O Estado de S.Paulo

Sr. Ruy Mesquita — diretor de Opinião

Sr. Antonio Carlos Pereira — editor responsável de Opinião

Sr. Ricardo Gandour — editor de Conteúdo

Senhores,

É com grande preocupação e mal-estar que a República Bolivariana da Venezuela, por meio de seu Embaixador no Brasil, dirige-se a esse jornal, de reconhecidas qualidade e tradição entre os veículos da imprensa brasileira. E a razão não é outra senão nossa surpresa e indignação com os termos e o tom de que sua edição de hoje (20/07/10) lança mão para atacar o presidente de um país com o qual o Brasil e os brasileiros mantêm relações do mais alto nível e qualidade.

O respeito à plena liberdade de imprensa e de expressão é cláusula pétrea de nossa Constituição e valor orientador do governo de nosso país. A estas diretrizes, no entanto, cremos que devam sempre estar associadas a lhaneza na referência a autoridades constituídas ­– democraticamente eleitas — e a plena divulgação de todos os fatos associados a uma cobertura jornalística.

Cremos descabido que um jornal como “O Estado de S.Paulo” se refira ao presidente Hugo Chávez, eleito e reeleito pelo voto livre da maioria dos venezuelanos, com o uso de termos e expressões como ”lúgubre circo de Chávez”, “autocrata”, “protoditador”, “circo chavista”, “caudilho”, “lúgubre picadeiro”, “costumeira ferocidade”, “rugiu”, “toque verdadeiramente circense da ofensiva chavista – no gênero grand guignol”.

Mais graves ainda são a distorção e ocultação de informações que maculam os textos hoje publicados.

O presidente Hugo Chávez nunca “atropelou” a Constituição Bolivariana, instituída por Assembleia Nacional e referendada em plebiscito. Ao contrário, submeteu-se, inclusive, a referendo revogatório de seu próprio mandato, prática democrática avançada que pouquíssimos países do mundo têm o orgulho de praticar.

O editorial omite que o cardeal Jorge Savino já foi convocado pela Assembleia Nacional para apresentar provas de sua campanha difamatória frente aos deputados — também democraticamente eleitos –, mas o mesmo rechaçou a convocação. Prefere manter suas acusações deletérias a apresentar aos venezuelanos e à opinião pública internacional os fatos que lastreariam suas seguidas diatribes.

Outros trechos do texto só podem ser lidos como clara campanha de acobertamento de um terrorista, como o é, comprovadamente, Alejandro Peña Esclusa: “O advogado de Esclusa assegura que o material foi plantado pelos policiais que invadiram a casa de seu cliente –- considerando o retrospecto, uma acusação mais do que plausível” (grifo nosso)

Esclusa foi preso em sua residência em posse de explosivos, detonadores e munição, após ter sido denunciado, em depoimento à polícia, pelo terrorista confesso Francisco Chávez Abarca –- este criminoso, classificado com o alerta vermelho da Interpol, foi preso em solo venezuelano quando dirigia operação de terror, visando desestabilizar o processo eleitoral de setembro deste ano.

A prisão de Esclusa ocorreu de forma pacífica, com colaboração de sua família, e segue os ritos jurídicos normais: ele tem advogado constituído, direito a ampla defesa e será julgado culpado ou inocente de acordo com o entendimento da Justiça, poder independente de influência governamental ou partidária, assim como no Brasil.

Inadmissível seria o governo da Venezuela ter permitido que um terrorista ceifasse vidas e pusesse em risco a democracia, que nos esforçamos arduamente para defender, ampliar e aprimorar em nosso país, assim como o fazem, no Brasil, os brasileiros.

O “Estado de S.Paulo” tem pleno conhecimento desses fatos, tendo inclusive recebido, em 14/07/10 a Nota de Esclarecimento desta Embaixada, a respeito do desbaratamento da operação terrorista internacional que estava em curso (cópia anexa). O responsável pela editoria Internacional, Roberto Lameirinhas, inclusive confirmou seu recebimento à nossa assessoria de comunicação.

Daí manifestarmos nossa estranheza com a reiterada negativa do jornal em dar tais informações a seus leitores. E ainda tomando como verdade declarações do advogado do referido terrorista.

Temos certeza que os senhores não desconhecem, até pela história recente do Brasil, o quão frágil pode ser a liberdade diante do autoritarismo tirano da intolerância e do uso do terror como método de ação política.

Reafirmamos que não nos cabe emitir qualquer juízo de valor sobre as opiniões político-ideológicas do jornal dirigido por V. Sas., por mais que delas discordemos. O que nos leva a enviar-lhes esta correspondência é, tão somente, a solicitação de que se mantenha a veracidade jornalística e o respeito que se deve sempre às pessoas, sejam ou não autoridades constituídas, mesmo quando o jornal as considere, de moto próprio, como seus inimigos ou desafetos.

Esta Embaixada permanece à disposição do jornal e de seus leitores, para esclarecimentos adicionais sobre quaisquer dos assuntos supracitados, bem como de novos temas julgados pertinentes e reivindica, formalmente, a publicação da presente carta, com o mesmo destaque dado ao editorial de hoje, intitulado “O lúgubre circo de Chávez”, publicado à página A3.

Atenciosamente,

Maximilien Arvelaiz

Embaixador da República Bolivariana da Venezuela no Brasil

Brasília, DF
"

Max

Em 2004/2005 tive o prazer de trabalhar com ele no embrião de um ambicioso projeto ambiental do interesse do Governo do Estado da Bahia.

Aprendi um bocado com o Mestre.

Não só sobre Ciência, Universidade, UESC, Ilhéus, Região Cacaueira.

Sobre rir. Disso tudo e de muito mais. Rir de mim, rir dos cadáveres dos Artrópodes expostos macabramente em um mural de sua sala, rir de si mesmo.

Max de Menezes deixará um grande vazio na academia. E outro ainda maior em nossos corações.

Vai em paz, meu caro.

sábado, 17 de julho de 2010

Fim da Polêmica

A construção que o empresário Sr. Guilherme Leal está fazendo ao norte da cidade de Ilhéus não infringe nenhuma lei ambiental.

Quem garante isso é o próprio IBAMA, em nota divulgada, que foi publicada pela Folha de São Paulo (leiam aqui).

Isso põe fim às especulações a respeito. Ainda lamento o fato de a escolha do empresário ser por uma residência, e não um empreendimento que alavanque de alguma forma o desenvolvimento econômico e social. Também acho que certas decisões do projeto, como por exemplo trazer grama japonesa e mudas de árvores de São Paulo, são muito estranhas.

Mas frise-se: não há mais motivos para acreditar que o Sr. Guilherme Leal esteja agindo de forma ilícita.

Quem garante é o IBAMA, principal autoridade legalmente constituída no Brasil a esse respeito.

Não vejo muito sentido em manter qualquer polêmica.

Decida-se Felipão

Para mim é o melhor técnico brasileiro. Já tenho essa opinião desde antes, muito antes, da copa de 2002.

Mas essa indecisão dele - se é que existe - já está dando nos nervos. Palmeiras ou Seleção?

Enquanto isso o engraçadíssimo blog Felldesign tem sua versão dos fatos. Uma homenagem bem engraçada a dois grandes mestres do Esporte Bretão: Felipão e Paul, o polvo.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

O Negócio Google

Nos séculos XX e XXI (este ainda um embrião), uma avalanche de evoluções tecnológicas permitiu e forçou sucessivas mudanças nos paradigmas dos negócios neste mundo Capitalista.

A estrutura produtiva foi alvo de revoluções com Ford e Taylor, e depois com o “toyotismo”. A tecnologia dos transportes e das telecomunicações permitiu que as pessoas estivessem em vários lugares num intervalo muito pequeno de tempo, e que os fatos, as notícias e as inovações fossem conhecidas quase que instantaneamente.

Foram tantas as mudanças de paradigma que já há os que argumentem que o paradigma definitivo é esse: ausência de paradigmas.

Encontrou-se valor para um novo bem: Informação. E em seguida para o Conhecimento, já que, com a Internet e com o Google, a informação em si não é mais privilégio de ninguém.

E esse pessoal que, inspirado num número igual a 1 seguido de 100 zeros, batizado de “googol” pelo matemático Milton Sirotta (Google também é um monstro de história infantil), bolou uma empresa que oferecia um serviço gratuito: busca por informação.

De lá para cá o negócio vem crescendo rapidamente, e novas e impressionantes funcionalidades vão sendo agregadas ao Google original, como as buscas por imagens, ferramentas de idiomas, o Google Maps, o Google Earth, o GMail, o YouTube, etc.

Virtualmente os internautas estamos todos satisfeitos em sermos clientes dessa corporação que revolucionou o planeta. Certo?

Errado.

Não discutirei se estamos satisfeitos com o Google. Eu estou, e acho que 99% das pessoas que o usam está também. Eles promoveram uma verdadeira Democratização da Informação, universalizando o acesso como jamais antes. Em minha modesta opinião, apenas os adventos da escrita e da imprensa superam o feito “googliano”.

O ponto é outro: por incrível que possa parecer, nós na verdade não somos clientes do Google.

Mais ainda: provavelmente nós, os internautas, estamos mais próximos de sermos o Produto que o Google vende.

Vamos examinar o “Negócio Google” mais atentamente: quando fazemos uma consulta, o resultado vem quase que instantaneamente encher as páginas de nosso navegador. Mas a ordem que os endereços aparecem não é aleatória. O Google “vende” cada palavra de busca, de forma que quanto maior for o valor pago por uma palavra, maior será a probabilidade de aparecer entre os primeiros endereços quando aquela palavra for consultada.

Então, o serviço que o Google presta é, na verdade, um serviço de publicidade. Eles vendem nossa atenção, nós que estamos pesquisando, para empresas que querem se mostrar para nós. Em outras palavras, eles vendem a nós, os internautas.

Pode parecer genial, e provavelmente o é. Mas não é nada original essa idéia do pessoal da Google. A Televisão aberta, que oferece programação gratuita para as pessoas, faz algo semelhante. O mesmo se dá com o rádio. A idéia, então, remonta o início do século XX.

A grande sacada do Google foi o direcionamento: pessoas que buscam no Google estão interessadas em um assunto específico. Isso aumenta muito a probabilidade de sucesso de um anúncio.

Por exemplo: uma empresa que quer vender pacotes de férias para Ilhéus pode anunciar no Jornal Nacional, da Rede Globo. E seu anúncio será visto por inúmeras pessoas, algumas das quais efetivamente estarão interessadas em viajar a Ilhéus.

Mas quando o anúncio está associado à palavra “Ilhéus” no Google, a probabilidade de a pessoa que ler se interessar pelo anúncio é muito mais alta. Esta pessoa tem um motivo, algum interesse, que o levou a digitar “Ilhéus” no seu teclado. O anúncio é provavelmente muito mais efetivo.

E isso ficou bastante claro para os especialistas em publicidade, que não tardaram em buscar os serviços do Google como canal de anúncio aos clientes potenciais, pagando por palavras que lhe interessassem.

E assim os milhões de dólares também não tardaram em aparecer nos cofres da outrora pequena empresa fundada por dois estudantes da universidade de Stanford. Aqueles que resolveram oferecer Informação para atrair a atenção das pessoas, e então vender isso para as empresas.

Campus II da Google

segunda-feira, 12 de julho de 2010

sábado, 10 de julho de 2010

Errata

Na postagem anterior eu considerei que a autuação do IBAMA contra o Sr. Guilherme Leal havia sido por conta de um empreendimento que ele estava desenvolvendo na Zona Norte de Ilhéus.

E por isso defendi que seria bom que isso fosse levado à frente, pois geraria emprego e renda.

Mas parece que não é esse o caso. Segundo o Blog O Sarrafo (leia aqui), trata-se "apenas" de uma residência, onde se "prevê um imóvel residencial, com duas casas anexas para abrigar funcionários, outras duas para receber hóspedes e ampla área de lazer (com piscinas, dois quiosques e churrasqueira)".

Não é exatamente um empreendimento frutuoso para essa pobre região ex-cacaueira. É apenas sua "pequena" casa de repouso.

Portanto não é tão bem vindo quanto o Complexo Intermodal. Não trará emprego ou renda, não promoverá a economia, não acrescentará nada.

Não obstante ainda acho que, até então, não há nada demais no caso, já que o empresário pode esclarecer suas pendências junto aos órgãos competentes, e pelo princípio da inocência prévia ele não está fazendo nada ilícito. Mesmo que também não seja nada de bom para a região.

Assim acho que devemos estar atentos, e o Sr. Leal deve esclarecer o que lhe é perguntado.

E naturalmente se espera que as mesmas ONGs e Associações que denunciam os inverossímeis apocalipses resultantes do Complexo Intermodal também estejam atentas e denunciando as irregularidades nas obras executadas sob as ordens do Sr. Leal.

A se lamentar apenas que o interesse do empresário, nesse caso, seja apenas seu conforto pessoal, e de eventuais convidados.

Tomara que os empreendedores que aportem aqui se pareçam mais com os que trazem para Ilhéus empreendimentos como o Complexo Intermodal, ao invés daqueles que desejam que a região continue sendo apenas um bom lugar para se tirar férias.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Pau que dá em Chico dá em Francisco

Uma celeuma enorme em torno do empreendimento que o empresário Guilherme Leal, dono de várias empresas - a principal é a Natura Cosméticos - está desenvolvendo na área Norte de Ilhéus.

Várias matérias a respeito podem ser lidas nos blogs e sites de notícias da região, como se pode conferir, por exemplo, aqui, aqui, aqui e aqui.

Pessoalmente eu acho muito bom que o Sr. Guilherme Leal esteja desenvolvendo um empreendimento em Ilhéus. Acho que haverá um impacto ambiental, realmente, mas sei que esse impacto pode ser minimizado e compensado. Da mesma forma que o projeto do Complexo Intermodal. Mas há também um impacto social muito positivo, com a geração de empregos e renda.

Além disso, pessoalmente ainda não vi nada de espantoso no caso. É um empreendimento que gera um impacto no Meio-Ambiente, é verdade. E que precisa ser convenientemente vigiado pelo IBAMA e pela sociedade em Geral. Tenho certeza que as mesmas ONGs que denunciam o Complexo Intermodal também estarão, coerentemente, prontas a denunciar as eventuais irregularidades no projeto do Sr. Guilherme Leal.

Mas ainda assim, as informações dão conta de que há suspeitas de irregularidades e, por conta delas, o Empresário foi notificado e deverá prestar esclarecimentos aos órgãos competentes.

Não é um fato tão fantástico assim. Tenho certeza que o IBAMA continuará irredutível ao cobrar os esclarecimentos que julgar necessários, e que o Empresário as fará, na forma da Lei.

É exatamente o mesmo que, quiçá, acontecerá quando da instalação do Complexo Intermodal: o IBAMA estará atento, e cobrará esclarecimentos, adequações e o que mais julgar necessário, ao passo em que aos empresários caberá se sujeitar e seguir os ditames legais e ambientais.

E da mesma forma que são ágeis a denunciar e alardear os problemas potenciais - ainda que inverossímeis - a respeito do Complexo Intermodal, espero que as mesmas organizações e assoçiações, coerentemente, denunciem quasquer eventuais atos suspeitos ou irregulares do Sr. Guilherme Leal, da mesma forma que fazem a respeito do Complexo Intermodal.

Ou isso ou não merecerão mais sequer o respeito das pessoas da região.

Pois é como dizia minha avó: Pau que dá em Chico, dá em Francisco.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Um Gênio da Política

Aos que se surpreenderem com este título, uma advertência. Não estarei aqui enaltecendo qualidades éticas ou morais que qualifiquem melhor ou pior um candidato ou outro.

Aqui não tratarei de Política como meio de promoção das sociedades. Antes disso, como o jogo que ela é.

Falarei dos jogadores. Aliás, de um jogador especial. Talvez um dos melhores: Cássio Cunha Lima.

Para quem eventualmente não conheça, Cássio foi prefeito de Campina Grande e Governador da Paraíba. Mas recentemente acabou cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral por irregularidades em sua campanha.

Isso no TSE. Porque no Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba ele já está cassado duas vezes.

Um caso simples e flagrande de Ficha Suja. Onde está a genialidade aí?

Simples: Cássio já está tratando de virar o jogo. De maneira limpa e válida, e sem nenhuma afronta à legislação, tampouco aos Tribunais que o condenaram.

Ao invés de, seguindo a receita normal dos políticos em situações assim, se esconder, fugir dos holofotes e da mídia, o que faz Cunha Lima? Exatamente o contrário. No período pré-cassação, mesmo sendo esta inexorável frente as provas, seu discurso era forte: era inocente e a Justiça reconheceria isso.

Não se reconheceu nenhuma inocência pois inocência não havia, afinal. Mas ficou em boa parte do eleitorado paraibano a impressão de uma tremenda injustiça contra o irretocável cavalheiro.

E agora, frente à aprovação da alvissareira Lei da Ficha Limpa, eis Cássio mais uma vez inelegível. E eis Cássio mais uma vez recusando o ostracismo e partindo para o ataque. Cunha Lima registrou sua candidatura ao senado, pela Paraíba. Sabe que será impugnada. Sabe que é inelegível, e estará assim pelos próximos anos.

Mas a estratégia é exatamente essa: "Não sou bandido. Não cometi nenhum crime. Já cumpri minha sentença, não posso ser penalizado de novo.". Quando sua candidatura for impedida, mais paraibanos terão certeza de que o Honroso Cavalheiro foi mais uma vez injustiçado por forças inexplicáveis.

Que são, afinal, as forças do Terceiro Poder de qualquer democracia.

Cássio Cunha Lima voltará, disso não se pode ter dúvidas. E voltará mais forte, pois trará a marca da Fênix Renascida, e do Cavaleiro Injustiçado; dois personagens fáceis de serem desenvolvidos nas campanhas de Marketing e que sempre agradam o paladar dos eleitores.

Direrirão fácil.

Voltará, e ainda trará uma marca além. A marca que, aliás, mais deve ser temida pelos seus adversários de hoje.

A Marca do Vingador.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

BB elevado a BB

Parece que a nova agência do Banco do Brasil de Ilhéus ficará num local absolutamente inusitado. Provavelmente inédito. No segundo andar de outra agência.

Em matemática diríamos que é o caso de X elevado a X. No caso, Banco do Brasil elevado a Banco do Brasil.

Não tenho os dados mais completos. Entretanto, suspeito fortemente que não há precedência de tal fato: um banco inaugurar uma agência no andar imediatamente superior do mesmo prédio onde funciona uma outra agência.

Mas como diria Otávio Mangabeira: "pense em um absurdo. Pensou? Pois bem, na Bahia já aconteceu". Mais precisamente em Ilhéus.

Segundo o Blog Agravo (leia aqui) o Banco do Brasil vai abrir sua nova agência, que originalmente foi solicitada que estivesse no Pontal, no andar superior da atual agência 0019-1.

Não há muito o que dizer, frente aos fatos. Se confirmada, a decisão do banco não só é inexplicável, haja vista o péssimo serviço prestado pela instituição em Ilhéus, em parte pela centralização de suas atividades; é também a situação mais inusitada, para não dizer estapafúrdia, que já se viu: o endereço de uma agência é o andar superior de outra.

BB elevado a BB.

Coisas de Ilhéus.

E do Banco do Brasil.

domingo, 4 de julho de 2010

O Tango e o Samba

Já não é mais o mesmo o mundo do futebol. A constatação é uma obviedade, mas é particularmente digna de menção quando temos pela frente a precoce eliminação do Brasil - apesar de cair para um adversário tradicional - e a humilhante eliminação da Argentina.

Mas não é isso o que chama a atenção. Afinal, perder para a Holanda ou para a Alemanha não é um resultado imprevisível há décadas. São duas das mais tradicionais equipes do planeta e merecem estar onde estão pela história que construíram ao longo da existência do Futebol.

O que tornou todo o processo extremamente patético foi a arrogância de parte a parte.

Estava curtindo umas horas forçadas ontem no Aeroporto JFK em Brasília quando se passava o jogo da Argentina. Via brasileiros vibrarem a cada gol Alemão.

Mais tarde, ainda em regime de horas forçadas, mas desta feita no aeroporto de Cumbica, conversei com argentinos qaue estavam tristes mas confessavam ter torcido contra, e ficado satisfeitíssimos com a derrota do Brasil.

É o deleite do derrotado. Seu prazer está em ver outros se juntarem na desgraça. Brasileiros e Argentinos não sabem mais sorver o doce da Vitória. Satisfazem-se com o amargor mesquinho da derrota alheia.

Pois hoje o comportamento das duas torcidas é precisamente o retrato disso: de um lado os Brasileiros desdenhando de Maradona e dos jogadores da Argentina, considerando o time Platino uma seleção sem coordenação e desorganizada, apesar dos talentos. De outro lado os Argentinos referindo-se ao Brasil como a equipe que já foi, e que não mostra hoje uma pálida sombra das equipes que outrora encantavam o mundo.

E enquanto ambos trocavam estúpidos torpedos, o mundo passou atropelando.

Brasil e Argentina poderiam fretar o mesmo avião, com destino Buenos Aires escala em São Paulo. Daria para levar duas decepções para casa gastando pouco dinheiro.

E enquanto nenhuma das equipes voltar a mostrar a força de outrora, continuarão no abraço de desesperados.

O Futebol não está mesmo harmonizando com nenhum dos dois: o Tango e o Samba.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Mais sobre a Crise

Dois humoristas simulando uma entrevista com um banqueiro.

Muito instrutivo e engraçado.

Sátira da melhor qualidade. Peguei no Blog Silibrina, de um amigo paraibano verdadeiro e de classe: nascido em Campina Grande, apreciador do bom forró, torcedor da Raposa.