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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Coisa de Louco

Quando Galvão Bueno fala "sobe o ronco dos motores", a TV não nos deixa saber o quanto isso é emocionante.

Uma visão da arquibancada, sem a imagem antisséptica da Televisão, mostrando nu e cru o que é a largada em uma corrida de automóveis.

Um deleite para os que apreciam o Esporte a Motor.

Simplesmente fantástico.

sábado, 28 de agosto de 2010

A História de um Sonho

Diz que foi assim. Tudo começou no Pensamento. No desejo. Na vontade de conquistar.



Aí começou a caminhada. Muito papel, muita pestana, muito teclado, muita Internet. Um tantinho de inspiração, um tantão de transpiração.



Os vilões pularam para fora do papel. Havia monstros escondidos: a Saudade, a Tristeza, a Solidão.



E ainda havia coisas ruins para acontecer no meio da História: autor sádico!



Diz que pareceu até impossível. Pareceu melhor desistir. Mas aí Papai do Céu apareceu e colocou sua mão. A ajuda veio no abraço de tantas pessoas. De tantos ombros. Alguns improváveis.



E uma Fada, que história boa tem que ter Fada também.



E foi assim que a caminhada recomeçou. Caminhada não: correria! Pois havia tanto a se fazer, e em tão pouco tempo!



Não saiu nada como planejado. O final da história é totalmente diferente. Porque, afinal, não foi história escrita. Foi história vivida.

Mas isso não importa mais. O objetivo foi alcançado e, apesar de a realidade ser hoje outra, não resta dúvida de que foi um Final Feliz.



Missão Cumprida!

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

É hoje. É hoje? É hoje!

Parece que finalmente chegou o dia.

É agora ou nunca. Todo o esforço de quatro anos e meio será verificado. Posto à prova.

Tomara que dê certo.

Doutorado.

Estudar muito. Aprender muito. Transpirar muito.

Superar as surpresas. Os percalços.

Afinal, "é preciso ter força, é preciso ter garra, é preciso ter gana sempre".

Tomara que eu consiga.

Boa sorte para mim.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

O Bar e a Praça

Agora vou apresentar uma pequena amostra do que é da praça que o Bar do Mineiro usurpa todas as noites de sexta, sábado e domingo. Além de violar o sossego alheio, também o espaço público é depedrado.

Sempre impunemente.

Esta foto mostra como fica a praça, que é de todos, no amanhecer seguinte às noites em que o Bar se instala. Ao mesmo tempo em que não se pode dormir, tampouco se pode usufruir da praça pública. Alguém a tomou para si.

Não testei, por motivos óbvios, mas suspeito que o líquido derramado é cerveja podre - se não for coisa pior.



O dono do bar providencia a limpeza de tudo, já que tem interesse no ambiente limpo para poder estabelecer seu negócio novamente. Mas quando é segunda-feira, dia em que ele não funciona, os cuidados não são tão efetivos assim. O lixo acaba ficando espalhado pela praça. Provável foco de doenças e batráquios.



Quando não são coisas mais perigosas ainda. Imagine uma criança brincando na rua, no dia seguinte ao "Bar do Mineiro". Será que o "barzinho legal" justifica arriscar até mesmo a nossa saúde, e a das nossas crianças?



Finalmente, gostaria de saber se foi a Prefeitura quem cortou este coqueiro da praça - que era um tanto inconveniente para o "Bar do Mineiro" - e porque. E, se não foi a Prefeitura, quem teria feito isso? Será isso um flagrante de crime contra o patrimônio público?



E com a morte do coqueiro, mais lixo espalhado pela rua.



Cabe a denúncia. Mas, principalmente, uma pergunta simples e honesta: vale à pena? As autoridades tomam conhecimento disso? A população ganha com isso?

É muito difícil.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Flagrante de Desrespeito

Já lá se vão alguns minutos desta já segunda-feira, dia 23 de Agosto de 2010. Já sei que hoje vou dormir depois das 2 da manhã. Talvez 3.

Como aconteceu ontem. E anteontem.

Não, não tomem minha boemia tão a sério. Gostaria de ter dormido mais cedo anteontem. Não consegui. Ontem também não. E tampouco conseguirei hoje. Amanhã tenho que trabalhar, e o azar de não ter descansado no final de semana será meu.

E de meus vizinhos.

Normalmente sou uma pessoa paciente. Mas a paciência tem limites. A minha acabou. Agora eu estou denunciando oficialmente o Bar do Mineiro, que fica no Hernane Sá. Vou denunciar isso ao máximo de pessoas possível.

Ele se apropria invariavelmente de uma praça pública todas as sextas, sábados e domingos. E, mui comodamente, estabelece ali seu negócio: um bar.

Então põe música ao vivo. Muito alta. Cada vez mais alta. Até a madrugada. Sempre. Sextas, Sábados e Domingos. Não há descanso no fim de semana.



Houve, junto à Justiça, a assinatura de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), que o obrigava a limitar-se a menos de 70 decibéis a partir das 10 da noite e menos de 60 decibéis a partir da meia-noite.

Mas isso foi respeitado apenas na primeira noite.

De lá para cá a coisa só vai piorando. O som cada vez mais alto, o espaço público cada vez mais tomado, o sossego das pessoas cada vez mais violentado.

Impunemente.

Como a Justiça falhou em se fazer respeitada, já que o TAC é solenemente desprezado pelo senhor dono do bar, resta apenas denunciar no maior número de canais possível.

Bem como lamentar o desrespeito às pessoas e à própria Justiça.

sábado, 21 de agosto de 2010

Varig, Varig, Varig

No meu tempo havia a Vasp, a Transbrasil e a Varig (que tinha a Rio Sul e a Nordeste).

Essa postagem é pela saudade. Para os que, como eu, estrearam em viagens aéreas pela Varig. Na época havia um serviço diferenciado, uma estrutura que a alinhava entre as melhores companhias do mundo. Um orgulho nacional.

É que nesta última semana ela foi declarada oficialmente falida. A Varig que voa hoje é apenas um disfarce usado pela Gol. Não é a velha Varig.

Aquela morreu. Só ficou a saudade.



Na época das festas de fim de Ano, um jeito genial de lembrar que as Férias poderiam incluir uma bela viagem de avião.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Ciência(?) da Computação

Deixa eu monologar um pouco sobre esse assunto, provocado que tenho sido já há tanto tempo: computação é ciência?

Tenho até algumas discussões acaloradas arquivadas em minha memória sobre isso; a imensa maioria delas com pessoas de ciências humanas que, invariavelmente, apontavam a Computação como uma "Engenharia" e estas como não sendo ciência.

Em primeiro lugar, é importante esclarecer que esse elitismo é sem sentido: não há a mínima vantagem, do ponto de vista prático, em ser classificada ou não como "ciência" segundo qualquer parâmetro. Mesmo as instituições de fomento tratam de tornar essa discussão menos relevante ao conceder financiamentos a programas de "ciência e tecnologia" indiscriminadamente. Fim da briga.

Mas em seguida ocorre o argumento que é apresentado para depor as engenharias do patamar de "Ciência": o engenheiro é detentor de um conhecimento técnico aprofundado, e atua como elemento de transformação, erigindo alguma coisa (o “engenho”) que seja do interesse das pessoas.

Com efeito, imaginar uma pessoa que possui um conhecimento e o utilize para engenhar (daí o nome engenharia) alguma coisa não é realmente ciência. Engenheiros não são cientistas. Mas, curiosamente, um pedagogo é detentor de conhecimento e o utiliza para engenhar coisas. O seu engenho são projetos pedagógicos, planos de ensino, currículos acadêmicos, etc. Um médico também engenha um diagnóstico, tratamento. Um psicólogo, um sociólogo, um biólogo. Todos costumam atuar construindo, engenhando, coisas. Por acaso não seriam a Pedagogia, a Medicina, a Psicologia, a Sociologia e a Biologia exemplares do "seleto" universo das ciências?

Entende-se ciência como "Um corpo formal e consistente de conhecimento sobre objeto bem definido" (Popper). Essa definição é muito criticada, pois o "formal" e o "consistente" é altamente questionável. Do ponto de vista de um físico, por exemplo, nada (ou quase nada) há de formal no conhecimento da Sociologia.

Bacon, e depois Popper, apontam que o avanço da ciência só pode se dar como resultado da hipótese submetida a experimentos, gerando afirmações falsificáveis. A submissão de uma hipótese, cujas premissas precisam ser conhecimento consolidado, a experimentos reprodutíveis que geram resultados é o que, grosseiramente, se chama "Método Científico".

Mas aqui também ficamos a ver navios... como falsificar teorias sociológicas ou históricas? E como experimentá-las, lembrando que os experimentos precisam ser "reprodutíveis"? A própria Teoria da Evolução, de Charles Darwin, é um conhecimento aceito e aplaudido não por ser experimentável; apenas por ser "do bom senso". É o tipo de pensamento que diz assim: é desse jeito, não há dúvidas, apenas porque nenhuma outra explicação é tão razoável e simples quanto essa. Invoca a Navalha de Occam.

Essa concepção não admitiria pensamentos dialéticos como resultados válidos da ciência. O fato de, em economia, inúmeras teorias simplesmente coexistirem não poderia ser possível, a princípio. Apenas uma delas não iria "falhar" frente a um experimento, e provar-se falsa. O pensamento científico de Popper precisou ser "extendido" por Foucault e outros, para abrigar, entre outras, a maior parte das ciências humanas.

É difícil, portanto, chegar a um consenso sobre o que é ciência, afinal de contas.

Tomemos de novo o exemplo acima, confirmando que de fato um engenheiro não é um cientista. Ele é um tecnólogo, que detém um conhecimento e o utiliza para gerar algo novo, e útil. O mesmo se dá para um pedagogo, que produz (ou reproduz) o processo educacional para as pessoas, ou para um médico, num diagnóstico e prognóstico, ou para um biólogo, etc.

E, claro, um "computeiro" que esteja projetando o cabeamento e a rede de uma corporação, ou desenvolvendo um sistema de informações, também não é um cientista. É um tecnólogo.

Mas tomando a engenharia como exemplo, particularmente a engenharia civil, e fazendo uma breve visita à História, podemos constatar que, de fato, segue-se todo o rigor do método científico para que a técnica possa evoluir. Isso a caracteriza, de fato, como uma ciência. Pelo menos segundo Bacon e Popper. Senão vejamos.

Olhando para uma construção do início do século passado, uma "obra d'arte" (pontes, túneis, etc.), veremos que se utilizava técnicas que hoje não são mais empregadas. O metrô de Londres, Moscou ou Paris são quase totalmente subterrâneos; o de Tóquio tem muito de sua estrutura externa, em obras elevadas. Hoje eles são feitos assim mesmo. Porque houve a mudança?

O que ocorreu é que novas alternativas para construção de obras dessa natureza foram sendo apresentadas ao longo do tempo, permitindo que a técnica evoluísse. Materiais que são empregados, estruturas geométricas, organização de trabalho, etc. mudaram. E não evoluíram aleatoriamente, mas segundo uma orientação rigorosa, com levantamento de hipóteses, experimentação, teorização.

Para se fazer pontes da forma que se faz hoje, uma série de hipóteses foram testadas, experimentadas, e daí se tira uma conclusão, validando ou refutando. E esta afirmação é falsificável, pois pode-se fazer experimentos a respeito (e aí a ponte pode cair!). Esse processo de evolução da técnica é, efetivamente, o método científico sendo posto à prova (há considerações sobre a validade do método científico em si, mas vou ater-me por ora). Não fica em nada a dever à definição de ciência proposta por Carl Popper. Não se pode, portanto, negar à engenharia o status de ciência. Aliás, é precisamente por esse motivo que hoje se produz engenhos que não eram possíveis outrora, ou eram a custos maiores, ou em mais tempo.

A engenharia aeronáutica, genética e de materiais são exemplos muito claros de corpos de conhecimento semelhantes e, certamente, qualquer engenharia pode ser encaixada nesse universo; um corpo de conhecimento, uma hipótese, o método científico, a validação/refutação da hipótese, o corpo de conhecimento evolui.

E a computação também se encaixa aí, mesmo se for vista apenas como uma engenharia, o que é uma maneira extremamente limitada e simplória de compreendê-la; cada melhoria no processo de produção de um artefato computacional, cada ampliação do horizonte de coisas computáveis, cada resultado registrado do ponto de vista da complexidade, é resultado de um processo rigorosamente científico, partindo de um corpo consolidado de conhecimento, tecendo uma hipótese, gerando experimento reprodutível (tipicamente programas... e como alguns são fáceis de reproduzir, via pirataria, não?), e validando/refutando a hipótese considerada.

A Computação, porém, assim como a Matemática, possui uma vertente de considerações puramente filosóficas, onde podemos fazer comparações com organismos vivos, e com fenômenos como inteligência, linguagem, evolução (não estou falando de paradigmas computacionais, mas da correlação da Computação com fenômenos biológicos e naturais), na tentativa de interpretar até que ponto a computação efetivamente modela, ou mesmo reproduz, fenômenos dessa natureza. Essa fronteira é menos explorada, e naturalmente carece de mais fundamentação científica. Não há teoria nem experimentação suficiente para isso. Não há, provavelmente, nenhum conhecimento científico. Ainda.

Mas há pensamento.

Filosofia.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Porto Sul: o jogo democrático

Uma vez a mente aguda e veloz, embora nem sempre muito gentil, de Roberto Campos produziu uma frase que, para mim, é uma verdadeira pérola. Disse Robertão: “numa democracia o direito à liberdade de expressão não garante o direito de ser levado a sério”.

Antes de ser agressiva, e o é, a frase possui uma singeleza lapidar porque há muitos contextos diferentes em que a expressão “não ser levado a sério” pode ser utilizada. Pode ser o caso óbvio de alguém estar falando algo ridículo ou absurdo, e então não deverá mesmo ser levado a sério. Mas o contrário também pode se dar: o ridículo ou absurdo pode estar na compreensão das pessoas, que não levam a sério o que é dito por alguém.

Por exemplo, as eleições municipais de 2004 foram, para os eleitores de Ilhéus, uma excelente oportunidade perdida de se levar a sério algumas advertências. Mas a escolha, naquela oportunidade, foi exercer o direito democrático de não levar a sério o que alguns setores diziam.

Pleno exercício da Democracia. Embora de maneira lamentável.

É difícil ser minoria. Porque ser minoria significa ter perdido o debate, não ter convencido a maioria, não conseguir mostrar sua própria razão. Mas também pode ser simplesmente o caso de as pessoas terem ouvido, compreendido e discordado. Entendo que é difícil para a minoria admitir isso. Lembro-me bem como me senti frustrado por ocasião das eleições de 2004. É difícil. Mas mais pela paixão pessoal pelas causas do que pela falta de convencimento dos pares.

Todavia, do ponto de vista democrático isso não faz a menor diferença. A livre expressão e a decisão da maioria precisam simplesmente estar garantidas. Ponto.

Pessoalmente eu acho válida a opção de certos grupos na região sul da Bahia que são contrários ao Complexo Intermodal. Acho que eles têm todo o direito de criticar, apontar alternativas, defender seus interesses.

Mas é muito difícil argumentar que a Democracia está sendo vilipendiada, como se faz em alguns textos (leia aqui).

O grupo dos que são contrários ao Complexo pode ter suas razões. Podem estar certos ou errados em seus argumentos. Mas essa decisão é de foro pessoal: cada um deve refletir e decidir por si só. Aparentemente não estão sendo convincentes, pelo menos para a maioria das pessoas do Sul da Bahia. Logo, perderam o debate na Região.

Mas a alegação de que não tiveram espaço para expressar suas opiniões, bem como de que não houve debate é totalmente sem sentido. Houve inúmeras audiências, discussões, argumentações, manifestações de parte a parte, com flagrante uso de poder econômico para viagens, contratação de artistas, propaganda, infra-estrutura, etc. Ambos os lados usaram todas as suas armas: não há nenhum ingênuo nessa disputa.

Os contrários ao Complexo contam com o apoio da poderosa Rede Globo, além de terem inúmeras vozes espalhadas pela Internet (vejam aqui, aqui, aqui e aqui alguns exemplos).

Manifestaram-se nas audiências e nos debates. Apresentaram panoramas (alguns bastante inverossímeis) e perspectivas apocalípticas sobre o empreendimento. Mostraram alternativas para levar o investimento para a Capital do Estado, como sempre acontece com os investimentos importantes na Bahia. Tiveram e estão tendo um amplo espaço. Falaram e falarão. Foram ouvidos e ainda serão. Mas as pessoas claramente decidiram que não concordam.

Do ponto de vista da Democracia, não cabe julgar se a opinião da maioria está certa ou errada.

Gostaria de entender como a Democracia foi “sacrificada”. Decidindo-se que se leve a cabo um projeto que definitivamente conta com o apoio maciço da imensa maioria da comunidade regional? Colocando as duas propostas em debate, cada uma delas usando as armas que tem, seguindo todos os trâmites deliberativos definidos pela Lei? Buscando e usando espaços na imprensa Regional e Nacional?

As regras são claras, o jogo é direto, embora por vezes duro. O problema é aceitar que a Derrota é um resultado possível.

Mas inerente ao Processo Democrático.

domingo, 15 de agosto de 2010

Debates e Pesquisas

Não participar dos debates é hábito entre os candidatos que lideram as pesquisas eleitorais. Pessoalmente tenho visto esse fenômeno desde as eleições de 1989, quando o líder das pesquisas presidenciais, Fernando Collor de Melo, optava por não comparecer.

Contando com a anuência da maior emissora do País, que decidiu não realizar debates senão ao segundo turno das eleições.

A opção pela ausência foi repetida inúmeras vezes por candidatos de todos os matizes: Lula em 1994 não ia aos debates até perder a liderança nas pesquisas para Fernando Henrique Cardoso, que também passou a se ausentar. Em 1998 foi o tucano candidato à reeleição quem se omitiu, estratégia seguida pelo próprio Lula em 2002 e 2006.

O atual prefeito de Ilhéus, Newton Lima, enquanto candidato no ano de 2008, também se omitiu de comparecer a debates. Os exemplos não faltam, basta puxar um pouco pela memória.

Apesar de propiciar reações histéricas (e muito justas) de seus opositores, bem como defesas insustentáveis de seus aliados, observando do ponto de vista da disputa política é fácil compreender o porquê de candidatos que lideram preferirem não debater: eles não tem nada a ganhar.

De fato, como lideram a campanha, serão inexoravelmente os alvos preferenciais dos demais. Além disso, provavelmente estão mais próximos do máximo de votos que conseguirão obter. Há pouco a conquistar, muito a perder.

Ir a debates, então, é extremamente arriscado para os líderes. Desculpas esfarrapadas à parte, a verdade nua e crua é simples assim.

Só que é um grande serviço ao enfraquecimento da Democracia.

Porque a Democracia clama pela troca de idéias, pelos argumentos, pelo contraditório, pela oposição, pela denúncia. Ela suplica pelos elementos que tipicamente figuram num debate.

Pena que a legislação eleitoral não estabelece regras que obriguem todos os candidatos a se enfrentar tête-a-tête. É a melhor e mais clara maneira de se confrontarem programas, destruir discursos, apontar diferenças, apresentar críticas e denúncias.

Não havendo a obrigação, estes candidatos que lideram as pesquisas, de ouvidos muito mais atentos à vontade de seus analistas de marketing do que ao bem estar da Democracia, geralmente optam por preterir o Debate. Melhor aparecer em propaganda, comícios, eventos.

Melhor, e mais seguro, o monólogo.

Como faz o Governador Jacques Wagner que, segundo relatos, vai se ausentar de um debate aqui no sul da Bahia.

Segundo sua assessoria, por problemas de agenda. Mas provavelmente é em função de que o Governador tem pouco a ganhar em debates, e muito a perder.

Principalmente no Sul da Bahia, onde seu mandato praticamente inexistiu em termos práticos.

Cabe a ressalva de que, de uma maneira geral, Jacques tem ido aos debates. Como o da TV Aratu, onde foi, como previsito, o alvo preferencial dos adversários.

Todavia, espera-se que ele, infelizmente, passe cadavez mais a escolher cuidadosamente quando e onde comparecer. Não virá a debates no Sul do Estado, onde não tem o que defender de seu governo. Da mesma forma, não irá a debate nenhum quando sua situação nas pesquisas de intenção de voto estiverem consolidadas.

É relevante registrar que os demais candidatos, provavelmente, se comportariam da mesma maneira que o Governador Wagner se estivessem em sua posição. Não é que Wagner seja pior do que os demais neste quesito.

Ele apenas não é melhor do que eles.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Liberdade de Imprensa

Jamais poderia ir contra a Liberdade de Imprensa. Porque é apenas num país de imprensa livre, e livre até para publicar e partidarizar-se, que se pode pensar em uma plena Democracia.

Mas tampouco se pode expropriar o direito dos que forem lesados por ela, a tal "Imprensa Livre".

De fato, o Poder é revestido de Responsabilidade. Da mesma forma que a Imprensa precisa ser Livre para emitir quaisquer opiniões, também ela deve ser responsável pelas opiniões emitidas. Responsabilizadas civil e criminalmente, caso falte com a verdade, ou incorra em crimes de calúnia, perjúrio ou difamação.

O que é diferente de se partidarizar. Em Ilhéus temos sentido, uns gostando outros não, o partidarismo da imprensa nacional, caso flagrante o da Rede Globo, que insistentemente veicula matérias tentando comover a opinião pública nacional de forma contrária ao Complexo Intermodal. São matérias em que se restringe, ou mesmo se suprime, o Contraditório. Não suficiente, usam a linguagem não verbal da mídia televisiva de maneira totalmente distorcida, mostrando um paraíso de matas virgens ao invés da realidade de populações empobrecidas e abandonadas, onde o Poder Público está inteiramente sem capacidade de investimento, nesta região ex-cacaueira pré-falimentar.

Não é segredo também que, na mídia regional, o inverso acontece: à óbvia exceção da emissora Globo na região, e de alguns veículos pontuais, a Imprensa regional é inteiramente favorável ao Complexo Intermodal.

Ocorre que não é crime nenhum. Nem da Rede Globo, nem da Imprensa local. É legítimo ter uma preferência, e defendê-la. Os pecados jornalísticos merecem ser denunciados e cobrados. A Globo e o jornalismo regional podem e devem ser questionados e cobrados a esse respeito. Que se critique o Jornalismo incorreto, anti-ético, passional. É algo asqueroso, condenável. Mas não é crime.

Diferente do que, muitas vezes temos visto, acontece em matérias da mídia nacional. Quando um veículo de Imprensa, no caso o Jornal O Globo, utiliza de fotos equivocadas e fora de contexto para gerar uma notícia inteiramente falsa a respeito de uma empresa, então trata-se pura e simplesmente de CALÚNIA. Caso que deve ser resolvido nos tribunais. Leia aqui e aqui.

A esse respeito a grande mídia, a mesma que tenta criar um ambiente nacional contrário ao Complexo Intermodal, tem uma série de pecados registrados. Em alguns casos, como na manobra para gerar um segundo turno nas eleções presidenciais em 2006 ou em matérias distorcidas e tendenciosas a respeito do BNDES, trata-se apenas de Jornalismo Marrom - aquele que distorce a notícia e mostra apenas um lado, ou uma parte, da notícia. Leia aqui.

Em outros casos, como no episódio da "Ficha de Terrorista de Dilma Roussef", que depois não foi comprovada, a imprensa age de maneira criminosa. A ficha era simplesmente falsa, e a única resposta da Folha foi: "não podemos provar que a ficha é verdadeira, mas também não podemos garantir que a ficha é falsa".

Eu não posso provar que a Grande Imprensa é movida apenas por interesses inconfessáveis. Mas definitivamente não posso garantir o contrário.

É a diferença entre responsabilidade e leviandade.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

O monologuismo da TV

É interessante a observação abaixo, que eu encontrei no blog do Luís Nassif (leia aqui).

De fato, a TV tem uma característica única - e um tanto nociva a si mesma nesse mundo de transformações - que é a dificuldade de dialogar. A Televisão não dialoga; ela fala. A gente ouve. Ponto final.

Ocorre que a Televisão aglutina duas propriedades que corrompem a possibilidade do diálogo. Primeiro, é uma mídia de informação instantânea. Segundo, pretende ter alcance muito amplo.

A Informação recebida da Televisão é rápida, passada na velocidade dos apresentadores e das reportagens. O expectador assiste uma matéria e, no segundo seguinte, já está sendo fulminado por outra. Isso não permite a reflexão, tampouco o senso crítico.

Some-se a isso o fato de que a vocação da Televisão é abranger o maior número possível de pessoas, de forma a maximizar seu ganho (que é a publicidade): quanto maior a assistência, mais caros os anúncios, maior o faturamento. Ocorre que, para alcançar uma área mais extensa, é necessário afastar-se muito dos expectadores. A Televisão está perdendo a identidade com as pessoas. Esse fenômeno não é tão vigoroso no Rádio, por exemplo, pois apesar de ser uma mídia instantânea, sua vocação regional aproxima as emissoras das realidades locais e possibilita um diálogo mínimo com a assistência.

Com a popularização da Internet, que é provavelmente a primeira mídia de massa que propicia a reflexão, a crítica e o diálogo - a Internet não tem um único dono, logo não tem uma única pauta - a Televisão está se vendo numa posição inédita: sendo cobrada, questionada, debatida, afrontada em seu discurso outrora dominante.

A mídia Televisiva está, assim, numa fronteira difícil. Porque pela primeira vez está lidando com uma dura realidade: conviver com o Contraditório.


O dia em que William Bonner escorregou

"A entrevista de Dilma Rousseff ao Jornal Nacional foi laboratório amplo de como o jornalismo pode utilizar estereótipos vazios em uma campanha eleitoral.

Não se vá exigir de William Bonner e Fátima Bernardes – dois ótimos apresentadores – conhecimento que vá além dos bordões das televisões. Quem detém mais conhecimento são comentaristas, especialmente os que passaram pela imprensa escrita, antes de chegarem à TV.

TV aberta não privilegia conteúdo. Trabalha sempre em cima do bordão, em geral repetitivo para poder alcançar a faixa mais ampla de público. Como tal, há um nivelamento por baixo. A arte na TV aberta consiste no apresentador falar uma banalidade em tom grave e convincente.

Mais que isso, em emissoras partidárias – como é o caso da Globo – cria-se um mundo à parte, força-se a reportagem sempre em uma mão única. E aí sucumbem vítima de um problema bastante estudado na sociologia da comunicação: acreditam que o mundo real é aquele espelhado em suas reportagens; e, como não há o contraditório interno, acredita-se na eficácia de bordões que, na verdade, só são eficientes quando não existe alguém do outro lado para rebater.
"

domingo, 8 de agosto de 2010

Amigo Velho

É um amor tão grande que não se explica. Não é racional. Só com a Arte mesmo.

Eu ganhei a mais bela homenagem de minha vida. Quero passar um pouco aos Pais. E ao meu velho Pai também



Valeu, meu Velho Amigo. Não há palavras para agradecer.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Quem dá Bola



O Santos é o legítimo campeão da Copa do Brasil.

Foi inegavelmente superior ao Vitória, e os Meninos da Vila levantam a taça com todas as honras, com todo merecimento.

Venceu o Esporte.

Como torcedor rubro-negro não fiquei feliz. Mas tampouco fiquei triste. Primeiro porque caímos para um gigante, o poderoso Santos. Segundo porque caímos de pé, afinal. Pois, em nome da honra, pelo menos vencemos em casa. Vencemos um adversário formidável.

Tomara que continuemos trilhando o caminho certo.

Parabéns ao Santos. E ao Vitória, cabeça erguida: não foi uma derrota. Foi o começo de uma caminhada.

Valeu!

Porque não votar - Parte 3

Paulo Souto. Esse é fácil.

Eu ainda não entendi como é que, apesar de afrontar claramente a Lei, há um viaduto em Itabuna, e um pavilhão de aulas e laboratórios na UESC com o nome do ex-governador.

Paulo Souto fez parte de um grupo que governou o estado por mais de 40 anos, interrompidos rapidamente por um governo que, segundo denunciam seus opositores, eles mesmos trataram de sabotar de todas as formas possíveis, afetando de maneira inescrupulosa a vida de milhões de pessoas.

Quando governador do Estado, e o foi por duas vezes, Souto não conseguiu manter a mínima estrutura funcional. Pessoalmente lembro-me que na UESC, por exemplo, tivemos falta de água, suspensão de serviços telefônicos e de internet e uma série de outros sintomas do desmonte a que as universidades estaduais foram submetidas. Nem papel higiênico e produtos de limpeza haviam mais.

Nos demais órgãos estaduais a situação não era melhor.

Recordemo-nos que o mais duro golpe contra o Pólo de Informática de Ilhéus foi dado pelo candidato do DEM, então governador, quando a Toshiba se propôs a instalar uma fábrica no estado. Paulo Souto decidiu que, apesar de ser aquela uma oportunidade ímpar para o Pólo de Informática de Ilhéus, o melhor seria levar a estrutura para Salvador.

O Sul da Bahia ficou a ver navios, mais uma vez.

Aliás, Paulo Souto trouxe muito pouco desenvolvimento econômico e/ou social para qualquer cidade do interior do estado, concentrando suas atenções unicamente na Capital. Foi com seu grupo que o Estado da Bahia foi distorcido, de forma que Vitória da Conquista não fica mais no centro-sul e sim no sudoeste do estado.

Curiosamente esta é a posição da cidade serrana em relação a Salvador, embora não em relação ao mapa da Bahia. Muito sintomático.

O grupo político do qual Souto fez parte durante sua trajetória política está ligado a muitos episódios lamentáveis da história política da Bahia, com a imprensa sendo cerceada e manipulada, os dados financeiros do governo sendo ilegalmente omitidos, o pior arrocho salarial da história dos servidores estaduais, as privatizações e o sucateamento do estado.

Por essas e outras acabou perdendo a eleição para Jacques Wagner em 2006.

Caso eleito novamente, o novo Paulo promete fazer de tudo as mil maravilhas, de forma bem diferente do velho Paulo. Parece ter sido uma mudança da água para o vinho, e em apenas 4 anos.

Difícil de acreditar.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Porque não votar - Parte 2

Depois de discutir alguns dos motivos pelos quais os eleitores do Sul da Bahia não deveriam votar em Jacques Wagner, cabe olhar para outro candidato.

Outrora seu aliado, e ainda aliado de seu partido em plano nacional, Geddel Vieira Lima é o candidato do PMDB que divide com Wagner o privilégio de conceder palanque à provável vedete de votos dessas eleições vindouras: Dilma Roussef.

Para começar a lista de motivos pelos quais os eleitores deveriam preterir o candidato 15, uma questão se posa: como Ministro, quanto Geddel trouxe efetivamente para esta região?

Alguns blogs que o apoiam falam em 10 milhões de reais (leia aqui). Que ainda não apareceram.

Aliás, vindos somente no ano de eleição, esses possíveis 10 milhões parecem mais uma confissão tácita do que efetivamente um apoio.

Geddel não é um candidato que tenha nada a apresentar, portanto. Sua história política é um tanto sombria, com passagens, alianças e rompimentos difíceis de explicar. Mas isso não é a pior parte.

Falando de Ilhéus em particular, Geddel tem uma dívida muito alta: foi o principal articulador, defensor e promotor da candidatura Valderico Reis para prefeito.

Que algumas pessoas tenham sido enganadas pela fantasia que foi proposta a Ilhéus em 2004 é fácil de entender. É fácil de se ver também o quanto de toda a sua irresponsabilidade os eleitores ilheenses mostraram naquele pleito.

Entretanto, qualquer cidadão minimamente cético conseguia ver que Valderico seria um desastre (embora ninguém esperasse um desastre tão grande).

Geddel não é exatamente uma pessoa simplória nem crédula. Ter defendido Valderico Reis como opção para Ilhéus só pode ser explicado de maneiras expúrias; para escolher a mais leve, digamos que o Ministro não deu a devida atenção a Ilhéus.

Ou isso, ou então ele teria visto quem era Valderico e ainda sssim proposto sua candidatura, o que faria dele cúmplice do pior momento da história política de Ilhéus.

Dessa forma, Geddel é um dos principais responsáveis pela triste página escrita por Valderico e sua turma na história de Ilhéus. Muitos dos problemas que a cidade enfrenta, e enfrentará por anos, foram criados a partir da lamentável eleição de Valderico.

O candidato do PMDB tem tudo a ver com isso. Já até prometeu diversas vezes que iria compensar Ilhéus pelo mal feito.

Mas até hoje não houve compensação digna de nota, provavelmente porque não haverá nenhuma. Merece, em retribuição, tanto quanto ofereceu.

Nada.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Porque não votar - Parte 1

Estive observando, um tanto surpreso, como os Blogs desta região rapidamente tomaram partido na campanha eleitoral.

Cada um defendendo um candidato, o que é legítimo, ainda que alguns não divulguem isso, o que é lamentável.

Tentando manter uma postura mais imparcial, embora tenha cá comigo as minhas ideologias e mantenha preferências políticas muito claras, decidi trabalhar de forma inversa. Vou propor aqui motivos pelos quais os eleitores desta região não devem votar em certos candidatos.

Começando pelo Governador Wagner.

O problema de Wagner é a quantidade impressionante de promessas não cumpridas. Caso o então candidato cumprisse o que prometeu, então seria lembrado para sempre pelos sul-baianos como o melhor governador que o estado já teve.

E se não prometesse, pelo menos não se comprometeria e não teria que passar por constrangimentos como deixar de vir a Ilhéus receber uma comenda municipal, provavelmente temeroso das justas vaias que receberia da população insatisfeita.

Os dados eu peguei no Blog Agravo.

Wagner prometeu a duplicação da Rodovia Ilhéus-Itabuna. E agora repete a promessa. A única coisa que parece ter duplicado ali são os buracos.

Também prometeu várias vezes que resolveria os problemas do aeroporto de Ilhéus, mas a situação só vem piorando a cada dia. Há inclusive o risco de que as maiores companhias deixem de operar aqui e o aeroporto caia para categoria 2 (vôos regionais, aeronaves de pequeno porte).

O Governador prometeu um novo aeroporto para Ilhéus e para Porto Seguro. Mas não há nenhuma previsão destas obras saírem do papel. Aliás, salvo um edital para o EIA-RIMA, as promessas nem no papel estão ainda.

Baseando-se nas promessas de campanha de 2006, o Pólo de Informática de Ilhéus seria hoje uma estrutura fortalecida e produtiva. Mas, ao contrário, perde empresas a cada dia. Em breve será um Pólo Fantasma.

Claro que há decisões que não dependem apenas da alçada do governador. Entretanto ocorre que, sabendo disso, é inexplicável o porquê de Jacques Wagner teimar em prometer maravilhas que não cumpre.

Isto é, no mínimo, leviano.

Pessoalmente torço para que o Governador, se eleito, dessa vez tenha mais apego às próprias promessas.

Mas infelizmente não vejo motivo para crer nisso.