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domingo, 30 de outubro de 2011

A Audiência que eu vi

Estive ontem na audiência do Porto Sul. Mais por curiosidade, pois nunca havia comparecido pessoalmente a uma, do que por qualquer outro motivo. Ali conheci e cumprimentei Rui Rocha, de quem tive uma excelente impressão pessoal, e vi de longe a militância de Socorro Mendonça, minha primeira interlocutora a respeito do Complexo Intermodal, por quem mantenho respeito e apreço.

Também encontrei colegas da UESC. Um deles, professor da História que conheci na greve, manifestou-me seu descontentamento com o projeto. Com o Porto, com as empresas, com todos. É que ele é um marxista em tempo integral, enquanto eu sou um marxista de ocasião. Às vezes nem marxista sou, e em outras trucidaria o capitalismo e os capitalistas. Para ele o Porto não deveria ser levado adiante porque é um projeto de interesse Capitalista. Para mim isto não está em discussão. É um projeto Capitalista, e os interesses do Capital são muito claros. E, como sempre, egoístas. Mas não consigo esquecer que os contrários ao projeto também estão a serviço de interesses Capitalistas. Sobre isso falo mais abaixo.

Antes, um outro colega havia ponderado que o projeto que os Governos Federal e Estadual trouxe para Ilhéus não é o ideal. Isto é outra evidência. Principalmente depois que se castrou o Complexo, já que ninguém nem se lembra mais do Aeroporto Internacional, é evidente que o investimento trazido poderia ser melhor do que o Porto. O Porto é, em si, muito pouco. Mas é melhor que nada. E nada é o que restará a Ilhéus sem ele. Assim fica fácil escolher.

A audiência em si teve muita torcida organizada de parte a parte. Camisetas, cartazes, vaias e aplausos, gritos de ordem. Os contrários ficaram, em sua maioria, no centro do plenário, de pé nos corredores entre os assentos. Organizados, ocuparam rápido os locais de melhor visibilidade e fizeram muito barulho para aparecerem na mídia. Porém, inegavelmente a imensa maioria dentro do Centro de Convenções era de favoráveis. E fora também. Segundo alguns, o percentual de aceitação do Projeto chega a 92% da população do Sul da Bahia.

Audiência lotada: maioria absoluta apoia o Porto Sul

sábado, 29 de outubro de 2011

Uma delícia a menos

Há algumas pessoas que insistem em não enxergar a falência gritante do modelo econômico desta região ex-cacaueira.

Ou preferem não admitir.

Mas as evidências estão aí, multiplicando-se a cada dia. A última, compartilha-se com tristeza, é o fechamento do restaurante Panela de Moranga.


segunda-feira, 24 de outubro de 2011

20 Anos Atrás

Era 1991. Dia 20 se completaram 20 anos. A Mclarem iniciou a temporada dando a sensação de que a superioridade dos anos 1988, 1989 e 1990 seria mantida. Para completar, a Ferrari não preparara um carro decente para Alain Prost. O francês, em suas palavras, estava guiando um caminhão. Mal terminou a temporada.

O caminho estava aberto para Ayrton Senna. E o brasileiro começou arrasador, levando seu Mclarem à vitória nos quatro primeiros Gps: Estados Unidos, Brasil, San Marino e Mônaco. A fatura parecia liquidada.

Mas não estava.

domingo, 23 de outubro de 2011

Ponte Sul, Já!


São décadas de promessas. As últimas, feitas pelo atual Governador.

E depois de um tempo as promessas são "esclarecidas", com desculpas repetitivas e cada vez mais difíceis de engolir. Falta o projeto, falta o local, falta aprovar o orçamento. Só não falta, ou pelo menos não faltavam, os crédulos que eram seguidamente engambelados em mais uma esperança vã.

Agora é chegada a hora. A comunidade de Ilhéus se une e pergunta: cadê a Ponte, Prefeito? Cadê a Ponte, Governador? Cadê a Ponte, Presidenta?

Irmanados nesta luta que não possui matizes, todos os ilheenses se engajam. E a campanha fica desde já no Blog. E quiçá se espalhe pelos demais.

Ponte Sul, Já!

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

30 Anos Atrás

Era uma tarde de Sábado, e por algum motivo as corridas de Fórmula 1 às vezes não aconteciam no domingo.

Era o estacionamento de um hotel, o Caesar's Palace, e por algum motivo haviam corridas de Fórmula 1 que se realizavam dentro de estacionamentos.

E era a decisão do título mundial de 1981 em Las Vegas, EUA. Matematicamente haviam três postulantes ao título: Jacques Laffite, guiando uma Ligier Talbot-Matra, Nelson Piquet, guiando um Brabham-Ford e Carlos Reutemann, guiando para a equipe que conquistaria o bicampeonato de construtores: Williams-Ford.

Nelson Piquet guiando seu Brabham BT 49, campeão mundial em 1981


segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O Olho Azul

Uma experimento interessante que se pode fazer com o cérebro, usando os padrões que são aprendidos pelos neurônios ao longo das experiências visuais.

O cérebro se acostuma a perceber imagens em contraste. Por isso ele tipicamente "espera" ver esses padrões se repetirem. E mesmo frente às evidências lógicas em contrário, não muda sua própria percepção.

A foto abaixo é um bom exemplo: a garotinha possui um olho azul e outro cinza?

Um olho é azul e o outro é cinza?

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Castrou-se o Complexo

As publicidades oficiais iniciaram uma mega-ofensiva em favor dos empreendimentos FIOL e Porto Sul. Vê-se campanhas em out-doors, multiplicam-se os banners em blogs (até nos que se opõem ao projeto) e sites, e repete-se a veiculação de peças na televisão e no rádio.

"Agora vai!", dizem-me as pessoas. E eu começo a pensar que vai mesmo.

Mas aí meu velho amigo Algo, aquele pessimista inveterado, o cidadão que derrama água fria em todas as minhas esperanças desvairadas, me fez uma visita ontem.

Odeio quando ele aparece assim.

Algo me diz que está faltando um pedaço.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Israel e Palestina

Muitas vezes não é possível se perceber uma infinidade de mudanças, que revelam ações e interesses, a partir das informações colhidas no instantâneo de um momento.

Por outro lado, normalmente uma análise que considere a evolução temporal do objeto em estudo se mostra reveladora. Esta necessidade de se avaliar não num instante, mas todo o longo de um período é o que os historiadores fazem. E isto se torna bastante elucidativo.

Um exemplo é a questão entre Israel e a Palestina, no médio oriente. O que parece uma simples disputa, com ataques militares e contra-ataques "terroristas", revela-se muito mais surprendente após uma análise extemporânea. Considerando o período que vem desde 1945 até hoje se vê com clareza. Não se trata de uma disputa, ou terrorismo, tampouco diferenças religiosas. Sem entrar no mérito, já que cada lado possui seu arrazoado, a constatação é bem simples: trata-se de uma invasão.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Gênios Trabalhando

Às vezes a memória de alguns narradores, jornalistas e torcedores falha bastante. Torna-se tendenciosa, mostra pouca afinidade com a Verdade.

Ímola, 1993. A última batalha direta entre Ayrton Senna e Alain Prost na Fórmula 1. Na mesma pista onde, um ano depois, um Alain aposentado veria Ayrton encontrar tragicamente seu destino. Corrida com pista molhada, onde Senna era imbatível, enquanto Prost não passava de um grande trapalhão.

Será mesmo?

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Dia de São Fancisco

Dos santos católicos, ele é definitivamente o meu preferido. É assim desde a minha infância, quando travei conhecimento com sua história e com sua afinidade pelos animais, compartilhada por mim desde então. Hoje, por motivos bem menos prosaicos.

São Francisco de Assis.


domingo, 2 de outubro de 2011

O problema das Moedas

Desde minha adolescência este problema me intrigou. Foi-me apresentado como desafio pelo meu irmão mais velho e, como se espera entre irmãos, tornou-se uma disputa. Depois, uma fascinação. Este problema, um desafio do ponto de vista lógico e algoritmico, é bastante discutido por matemáticos e cientistas da computação. Aqui vou apresentar uma versão muito particular, adaptando a história às  diferentes versões deste problema.

Num país distante, numa época remota, um Rei decidiu cunhar 9 moedas de ouro, em comemoração por uma vitória bélica qualquer. O seu ourives, porém, desonestamente cunhou uma moeda de prata e apenas oito de ouro. Adequadamente tingida, esta moeda falsa não era percebível a olho nu, mas naturalmente pesava um pouco mais que uma moeda verdadeira. Quando descobriu a falcatrua, o Rei condenou o ourives à forca. Ante seu pedido de clemência, o monarca resolveu dar-lhe uma chance. Pediu uma balança de pratos e, entregando-a junto com as 9 moedas visualmente idênticas, determinou.

"Tu serás perdoado se mostrares uma forma infalível de se encontrar a moeda falsa entre as nove, tendo à mão apenas as moedas e esta balança, que não poderá ser usada mais do que duas vezes.".