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sábado, 28 de julho de 2012

Mr. Bean na abertura dos jogos

Mr. Bean é, sem dúvidas, um dos personagens mais geniais do humor. Tipicamente britânico, Bean faz rir não pelo pastelão, tampouco pelo humor erudito. O que torna aquele pequeno trapalhão criado e interpretado por Rowan Atkinson tão engraçado é que ele é muito parecido com qualquer um de nós.

As encrencas em que se mete, e as soluções criativas que lhe ocorre nestes casos, são uma caricatura do dia-a-dia de um cidadão comum. Até mesmo as picuinhas e as implicâncias, bem como suas atitudes nem sempre aprováveis, na verdade habitam dentro de cada um de nós.

Bean deixa estes desejos aflorarem, e nós nos vemos ali, meio despidos. Por isso é engraçado. Por isso é genial.

Por isso foi o ponto alto da abertura dos jogos olímpicos de Londres 2012.






terça-feira, 24 de julho de 2012

Kalimba

Sempre tive uma queda pela música que vem da África. Acho que é o ritmo e a cadência. Ou então é a História daqueles povos. Pode ser porque todos somos africanos em nossa origem humana. Pode ser algum orixá.

Mas eu acho que é culpa do grupo Palavra Cantada.

Kalimba é um instrumento musical africano. Tão simples. Tão completo. Tão rudimentar. Tão perfeito.

Para fazer dormir. Para fazer seu melhor amor.

Melodia dos deuses.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Dia do Amigo

Hoje é dia do amigo. Quase ia me esquecendo.

Mas amigo que é amigo não liga para essas coisas. Amigo é uma coisa que a gente coleciona pela vida. E não perde mais, pode perder contato, ficar distante. Amizade não dá bola para as leis da física, não liga para tempo e espaço.

Um brinde a todos os meus amigos. Os que amealhei ontem, os que conquisto hoje e os que encontrarei amanhã.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Cronologia Interessante

É interessante o que podemos observar ao analisar fatos de forma extemporânea; os fatos, que por si significam tão pouco, ganham conotações muito interessantes quando observados sob o prisma do tempo.

A Revista Veja e suas contradições cada vez mais difíceis de explicar
A compilação abaixo é totalmente tendenciosa: omite uma série de pormenores sobre as denúncias a respeito do chamado "mensalão", e põe muito pouco peso em uma série de outras provas. José Dirceu e o PT são poupados despudoradamente.

Assim, serve pouco.

Mas ao mesmo tempo ilustra uma série de ilações muito perigosas entre um jornalista e um editor da revista Veja e os crimes de que são acusados Carlinhos Cachoeira e Demóstenes Torres. A revista tem, sim, muito a explicar a respeito. Mostra-se oportunidade e motivação: elementos necessários para promover a revista a Ré.

Não há nenhuma prova, é verdade que se diga. É tudo circunstancial. Mas não há dúvidas de que os indícios contra a revista são muito fortes.


sábado, 14 de julho de 2012

Aos doze

Há um filme que eu assisti ainda (quase) criança que faz uma brincadeira legal com o trânsito entre nossas vidas na infância e na idade adulta.

Em Big ("Quero ser Grande", no Brasil), um menino de doze anos pede a uma máquina de desejos para ser adulto. Um sonho que, aos doze, eu também acalentava. Todos acalentamos.


Ocorreu que, no dia seguinte, ele se surpreende ao ver que seu desejo tinha sido atendido. Todavia, as coisas não acontecem exatamente como ele pensava: sua mãe não o reconhece e o expulsa de casa, e ele descobre que precisa sustentar a si mesmo. O personagem interpretado por Tom Hanks erra um pouco, e acaba por ir trabalhar numa fábrica de brinquedos. 


A boa direção e a atuação sempre destacada de Hanks são ingredientes que recomendam o filme.

Mas é ficção, já que não é possível este trânsito instantâneo entre nossa infância e nossos anos mais maduros. Coisa de cinema.

Ou não. A Criatividade sempre surpreende.

Jeremiah McDonald gravou um vídeo aos 12 anos. Ali ele imaginou o que ele gostaria de dizer e perguntar a si mesmo 20 anos mais tarde. E que perguntas ele, vinte anos depois, gostaria de fazer a si mesmo.

Construiu um diálogo muito interessante. Que começa com críticas ("Você está diferente" "Menos cabelos").

Mas evolui para uma conversa muito construtiva, que explora alguns aspectos da temporalidade de forma a deleitar o mais exigente dos filósofos.

Seria bom ouvir, hoje, conselhos que eu me daria quando tinha 12 anos.




Quem não gostaria?

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Meu Sangue Rubro Negro

Nunca gostei de ver os times de futebol abrindo mão de suas cores tradicionais. As versões, por mais estilizadas que sejam, perdem o sentido quando se abandonam as cores do clube.

Flamengo, Vasco, Palmeiras, Santos, Corinthans, Vitória, Fluminense... são tantos - quase todos - os times que fizeram pouco de suas cores, por tão pouco.

Mas desta vez o Vitória acertou em cheio. Porque a causa é nobre.

A campanha "Meu Sangue Rubro Negro" (veja em www.meusanguerubronegro.com.br) tirou o vernmelho do uniforme Rubro Negro. As listras tradicionais empalideceram, e o uniforme ficou preto e branco.
O uniforme do Vitória será tingido com sague doado
Mas as cores podem voltar.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

O vale-tudo é mundial


Por Mino Carta

(original aqui)

É do conhecimento até do mundo mineral que a crise mundial é o efeito anunciado de uma nova religião de origem anglo-americana fiel do deus mercado, chamada neoliberalismo, responsável pelo surgimento de uma oligarquia financeira internacional à qual se sujeitam os governos nacionais. Epicentro do sismo Wall Street, com a inegável participação de outras praças satelitares. Mesmo assim, Obama, imperturbável enquanto o resto dos crentes ainda não abjurou, diz que culpada é a Grécia.

Excluída a possibilidade de que o presidente dos Estados Unidos se refira à inestimável contribuição da antiga Hélade à cultura do mundo, permito-me imaginar Obama dedicado à prática do pôquer. Tão logo lhe seja possível, deveria rumar para Monte Carlo, que de longe prefiro a Las Vegas, de sorte a explorar convenientemente seu talento, tão bem representado por suas faces pétreas. Cito Obama como a enésima prova de que o vale-tudo político não é exclusivo do Brasil.

Maluf ironiza o PT e sua ideologia
Diante de uma declaração que esticaria o nariz de Pinóquio até o horizonte, prefiro a última fala de Paulo Maluf: “Perto do PT, hoje eu sou comunista”. Bem mais esperto, ou menos ingênuo, que o presidente americano. A respeito da surtida malufista, leiam Mauricio Dias em sua Rosa dos Ventos. Muitos petistas, aliás, para justificar o acordo Lula-Maluf a favor da candidatura de Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo, apressaram-se a lembrar que Fernando Henrique Cardoso já fez algo similar. Não menos que José Serra contra Marta Suplicy. Ora, ora, não seria lógico que os petistas pretendessem diferenciar-se dos tucanos?

domingo, 1 de julho de 2012

Bolsa Família na Rio+20


Muitos debates na conferência Rio+20 tiveram a tônica da aridez científica. Examinadas longe dos holofotes da mídia e de grupos ambientais e políticos, muitas teses foram rechaçadas, ou reduzidas a meras hipóteses. 


E isto não ocorreu apenas com teorias sobre o Meio Ambiente. A pobreza, e os resultados efetivos das políticas públicas a respeito, vistos à luz da análise fria e não das lentes ideológicas, também tiveram destaque. E o Brasil acabou bem fotografado.

A vitória do Bolsa Família


(texto completo disponível aqui)

Se houve um vitorioso na Conferência Rio+20 foram as políticas de transferência de rendas do país e, entre elas, especificamente o Bolsa Família.

A agenda da pobreza acabou indo para o centro do documento final da conferência. E em todo lugar em que se discutia o tema, a experiência brasileira era apontada como a mais bem sucedida, em vários aspectos: efetividade (não gera dependência), os beneficiários trabalham, há o emponderamento das mulheres, melhor frequência escolar e desempenho das crianças.

Hoje em dia, há pelos menos duas delegações internacionais por semana visitando o MDS (Ministério do Desenvolvimento Social), segundo informa a Ministra Tereza Canepllo, para saber mais detalhes da experiência.

Com 9 anos de vida e 13,5 milhões de famílias atendidas, com riqueza de séries históricas, estatísticas e avaliações, o BF conseguiu desmentir várias lendas urbanas:.

Lenda 1 – o BF criará preguiçosos acomodados.

Os levantamentos comprovam que maioria absoluta dos adultos beneficiados trabalha na formalidade e na informalidade.

Lenda 2 – as beneficiárias tratarão de ter mais filhos para receber mais auxílio.

O último censo comprovou redução geral da natalidade no país, mais ainda no nordeste, mais ainda entre os beneficiários do BF.

Lenda 3 – um mero assistencialismo sem desdobramentos.

Nos estudos com gestantes, as que recebem BF frequentam em 50% a mais o pré-natal; as crianças nascem com mais peso e altura; houve redução da mortalidade materna e infantil. Há maior frequência das crianças às escolas.

Agora, através do programa Brasil Carinhoso, se entra no foco do foco, as famílias mais miseráveis com crianças de 0 a 6 anos. No total, 2,7 milhões de crianças.

Em 9 anos, atendendo 13,5 milhões de família, o BF consegue uma avaliação refinada e de segurança para todos os parceiros.

Com Brasil Carinhoso pretende-se chegar a 2,7 milhões de crianças, em famílias pobres com filhos entre 0 e 6 anos de idade.

A grande preocupação da presidente, explica Tereza Campello, é que essas crianças não podem esperar: qualquer impacto da pobreza sobre sua formação, qualquer problema nutricional as afetará por toda a vida

Essas famílias representam 40% dos extremamente pobres do país. Primeiro, se levantará sua renda atual. O Brasil Carinhoso complementará até atingir R$ 70,00 per capita por mês.

Hoje em dia, não há um técnico de renome que tenha ressalvas maiores ao Bolsa Família. As críticas estão concentradas em colunistas sem conhecimento maior de metodologia de políticas sociais, de estatísticas.

No início do governo Lula, havia duas vertentes de discussão sobre políticas sociais. Uma, a do universalismo inconsequente, a do distributivismo sem metodologia – cujo representante maior era Frei Betto e seu Fome Zero. A outra, um modelo metodologicamente sofisticado,, tem como figura central (na parte de focalização) o economista Ricardo Paes de Barros.

Prevaleceu um misto do modelo, com as estatísticas sendo utilizadas para focalizar melhor os benefícios. Foi esse modelo que acabou consagrando universalmente o BF.