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sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Terroristas de ocasião


Zanuja Castelo Branco

Original aqui.

Assim como a rede terrorista Al Qaeda e o grupo insurgente afegão Talibã, Julian Assange e o Wikileaks são classificados como “inimigos de estados” pelas Forças Armadas dos Estados Unidos, segundo documentos divulgados nesta quinta-feira (27/09) pelo jornal australiano Sydney Morning Herald.
Wikileaks: divulgação de informações é "Terrorismo".

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Boas Verdades


Discurso do senador Roberto Requião. Diferenças à parte, vale à pena ouvir: corajoso, direto e muito duro. E, naturalmente, ignorado pela grande mídia.

Pessoalmente começo a me preocupar com o clima que vivemos hoje na política brasileira, e suas semelhanças com o que se via pouco antes do golpe de 1964.


 "Não costumo assinar manifestos, abaixo-assinados ou participar de correntes. Mas quero registrar aqui minha solidariedade a Luís Inácio Lula da Silva, por duas vezes presidente do Brasil. 

Diante de tanto oportunismo, irresponsabilidade, ciumeira e ressentimento não é possível que se cale, que se furte a um gesto de companheirismo em direção ao presidente Lula. Sim, de companheirismo, que pouco e me dá o deboche do sociólogo.

domingo, 23 de setembro de 2012

Metáfora

Schroeder e Lucy, personagens de Charles Schulz (e do famoso desenho Snoopy), protagonizam uma cena que é verdadeiramente a metáfora dos dias de hoje: que pode fazer o artista (Schroeder) frente às facilidades do mundo tecnológico?

De que vale a dedicação extrema á música quando Beethoven pode ser comprado facilmente, em spray?

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

A Febre amarela na Imprensa


Mídia hegemônica quer acabar com o jornalismo

Original aqui.
Denis de Oliveira
 
Desde que a presidente da Associação Nacional dos Jornais (ANJ), Judith Brito, declarou que o papel da imprensa é agir como oposição ao governo (federal, bem entendido), a mídia hegemônica tem abandonado completamente os fundamentos básicos do jornalismo, subordinando-os quase que completamente a uma militância política. Rigor na apuração, critérios os mais objetivos possíveis de construção das pautas e das manchetes, isenção na cobertura de eventos políticos que envolvem, necessariamente, polêmicas partidárias e ideológicas – tudo isto foi abandonado pela auto-decretação de ser oposição ao governo federal.

Para demonstrar esta ideia, cito dois casos emblemáticos que podem ser classificados como verdadeiras aulas de antijornalismo. Primeiro, o caso da suposta entrevista do publicitário Marcos Valério que diz que Lula sabia do caso do mensalão, numa clara tentativa de envolver o ex-presidente em um momento que a sua popularidade tem auxiliado candidatos petistas em eleições municipais e que o mesmo é um fortíssimo candidato a voltar à presidência da República.
Capa da revista Veja com mais uma "revelação" sem provas

A matéria que ganhou capa na edição passada da revista Veja – e foi repercutida por Globo e Folha de S. Paulo, repetindo o tripé base do partido midiático – foi produzida sem qualquer apuração aparente. O advogado de Marcos Valério disse que o seu cliente não concedeu entrevista nenhuma, a própria revista diz que a matéria não foi produto de entrevista, mas de “conversas” do publicitário com terceiros a que a publicação teve conhecimento (!) e depois circula-se o boato de que o publicitário tenha dado a entrevista mas depois se arrependeu, a revista teria o áudio e ameaça divulgá-lo.

O mais interessante deste caso é a repercussão nas redes sociais entre profissionais mais ativos desta militância midiático-oposicionista: Ricardo Noblat, Merval Pereira (o mesmo que foi pego em documentos do WikiLeaks como uma “fonte” da embaixada dos EUA nas eleições presidenciais brasileiras) e Cristiana Lobo. A publicação da matéria, a sua repercussão em redes sociais e colunistas, bem como em outros meios de comunicação deixou bem nítida tratar-se de uma operação de cunho puramente ideológico e militante, como bem analisa Marco Aurélio Weissheimer neste artigo.

O segundo caso ocorreu na Folha de S. Paulo e portal UOL (da mesma empresa) no dia 15/09: a manchete “Haddad diz que é degradante ser ligado a Dirceu, Delúbio” e Maluf (portal UOL) e, um pouco mais sutil, a “Haddad diz que associá-lo a José Dirceu é degradante” (Folha de S. Paulo). Ao ler a manchete, fica a impressão de que o candidato petista declarou publicamente que é degradante associar-se às pessoas mencionadas. Mas o fato é outro: trata-se de uma ação do comando da campanha petista contra a propaganda do candidato do PSDB, cuja argumentação da qual foram tiradas as manchetes acima é: “A publicidade é manifestamente degradante porque promove uma indevida associação entre Fernando Haddad e pessoas envolvidas em processos criminais e ações de improbidade administrativa”.

Primeiro que não foi o Haddad que disse e sim uma petição do advogado da campanha; segundo que o adjetivo degradante está vinculado a estratégia publicitária questionada por se basear em uma INDEVIDA associação. Na sequência da argumentação, o questionamento da assessoria jurídica da campanha de Haddad afirma que o candidato não é réu nas ações que envolvem as personagens citadas, não as nomeou para cargo algum e também compara se seria correto a associação do candidato José Serra ao seu correligionário Marconi Perilo, governador de Goiás, envolvido no escândalo de Carlos Cachoeira.

Ora, a manchete de uma matéria como essa deveria se centrar no fato que é o questionamento de Haddad com a campanha de Serra ou até mesmo a negação do juiz eleitoral do pedido do candidato. Há um claríssimo objetivo na manchete de criar uma celeuma interna no PT e na coligação que sustenta o candidato petista. Ou ainda reforçar a estratégia tucana de colocar o caso do mensalão como um elemento central na disputa eleitoral.

O mais grave de tudo isso é que esta militância midiático-oposicionista eclipsa um debate de ideias alicerçado em fatos e dados e transforma o embate eleitoral em um combate irracional de “torcidas”. Basta ver os comentários de leitores e visitantes dos sites destes órgãos como a coisa se desenvolve: as opiniões se centram na desqualificação do outro e não proposição de ideias. Disto para posições extremistas e preconceituosas é um pulo – aí não é estranho surgirem pessoas como Mayara Petruso (aquela aluna da FMU que propôs acabar com os nordestinos) ou a candidata tucana Dany Schwery (já comentada pelo meu amigo Renato Rovai neste post). É esta a “contribuição” para a democracia que a mídia hegemônica vem prestando.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

O Homem Nu


Fernando Sabino

Ao acordar, disse para a mulher:

— Escuta, minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da televisão, vem aí o sujeito com a conta, na certa.  Mas acontece que ontem eu não trouxe dinheiro da cidade, estou a nenhum.

— Explique isso ao homem — ponderou a mulher.

— Não gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir rigorosamente as minhas obrigações. Escuta: quando ele vier a gente fica quieto aqui dentro, não faz barulho, para ele pensar que não tem ninguém.   Deixa ele bater até cansar — amanhã eu pago.

Pouco depois, tendo despido o pijama, dirigiu-se ao banheiro para tomar um banho, mas a mulher já se trancara lá dentro. Enquanto esperava, resolveu fazer um café. Pôs a água a ferver e abriu a porta de serviço para apanhar o pão.  Como estivesse completamente nu, olhou com cautela para um lado e para outro antes de arriscar-se a dar dois passos até o embrulhinho deixado pelo padeiro sobre o mármore do parapeito. Ainda era muito cedo, não poderia aparecer ninguém. Mal seus dedos, porém, tocavam o pão, a porta atrás de si fechou-se com estrondo, impulsionada pelo vento.

Aterrorizado, precipitou-se até a campainha e, depois de tocá-la, ficou à espera, olhando ansiosamente ao redor. Ouviu lá dentro o ruído da água do chuveiro interromper-se de súbito, mas ninguém veio abrir. Na certa a mulher pensava que já era o sujeito da televisão. Bateu com o nó dos dedos:

sábado, 15 de setembro de 2012

Que inventamos?

Mais um comercial marcante. Este eu não conhecia.

A Lambretta!

Comercial maravilhoso: nota dez em criatividade e alegria.

Genialitá!


Impossível resistir à Lambretta e ao Lambretwist!

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Campanha Negativa


Marcos Coimbra

Original aqui.

Nada como olhar em torno e considerar a cultura política de outros países. É um hábito salutar, que nos ajuda a entender o que somos e em que podemos melhorar nossa democracia.

Tomemos os Estados Unidos, cujo edifício institucional serviu de inspiração para a república que implantamos em 1889. Nossa primeira Constituicão pós-monárquica queria que fôssemos  iguais.  

Por coincidência, fazemos eleições quase simultâneas. Toda vez que escolhemos prefeitos e vereadores, eles votam para presidente. Aqui, este ano, no dia 7 de outubro; lá, em 6 de novembro.

Isso permite observar a cultura política dos dois países enquanto vão às urnas, o momento mais significativo da democracia.  

Entre algumas coisas parecidas e muitas diferentes, existe um aspecto em que estamos ficando mais dissemelhantes com o passar do tempo. Algo que pode não ser positivo.

A cada eleição, a linguagem da política americana fica mais confrontacional. A nossa, menos.  

A retórica das últimas campanhas presidenciais que fizeram foi adquirindo tom progressivamente mais crítico. Nesta, ultrapasssou os parâmetros. É a mais ácida de todos os tempos.

Com os dois principais candidatos em quase empate – ainda que Obama mantenha pequena dianteira nas pesquisas – o eleitorado norte-americano está sendo bombardeado por um volume de propaganda negativa sem precedentes. É um querendo destruir o outro.

Os republicanos acusam o atual presidente de tudo que podem. Os democratas respondem com ataques incessantes contra Mitt Romney.

Questionam-se por motivos administrativos, políticos, ideológicos e pessoais. Expõem sem meias palavras tudo que sabem de negativo do outro.

Como o passado eleitoral de muitos estados sugere que votarão de forma previsível, as campanhas dirigem seus esforços para os poucos onde as preferências do eleitorado podem mudar até o dia da eleição. São os “swing states”, onde os dois partidos efetivamente disputam, pois nenhum tem maioria segura. Em 2008, foram oito e por ter vencido em cinco, Obama se elegeu. 

Nesta eleição, calcula-se que as duas campanhas gastarão cerca de 2 bilhões de dólares comprando tempo de televisão nesses oito estados. Tudo para falar mal do outro.

Aqui, ao contrário, de uns anos para cá, nossa cultura começou a considerar feio que os candidatos entrem em confronto. A definir qualquer crítica como “baixaria”.

Dificil dizer de onde surgiu a ideia. Certamente, não de nossa tradição política, na qual sempre se esperou que os adversários se respeitassem, mas não que deixassem de expor com clareza - e, se necessário, com contundência -, suas discordâncias.

O manual dos marqueteiros brasileiros – escrito pelo maior de todos, Duda Mendonça – reza que “Quem bate, perde!”. E têm razão de pensar assim, pois, como mostram as pesquisas, chega a 70%  a proporção dos que acham que um candidato não deve criticar os outros.

Mas ganhamos alguma coisa com a assepsia de campanhas que apenas repetem coisas óbvias? O lenga-lenga de que o candidato vai cuidar com desvelo da saúde, da segurança e da educação?

Em que é melhor a candidatura que elide a polêmica ideológica? Que privilegia a forma televisiva em detrimento do conteúdo político?

Embora se expressem através do estereótipo, no fundo, os eleitores não se incomodam com a crítica. As campanhas é que precisam reencontrar a forma de fazê-la.    

sábado, 8 de setembro de 2012

O Paradoxo das Motos

Original publicado em 11/05/2010

Hoje estava no meio do engarrafamento matinal (tem um outro na hora do almoço e o último no final do expediente) da Ponte do Pontal. Sem perspectivas de mover meu automóvel, e vendo os demais condutores frustrados, pensei em ligar um som e relaxar. Mas meu carro não tem som.

Aí comecei a divagar. Pensei como faria diferença para a cidade ter a nova Ponte. Aquela que já foi prometida tantas vezes e jamais realizada. Aquela que os ambientalistas garantem que provocará o fim de todos os ecossistemas quando for construída, e que, eles garantem, por isso mesmo não será.


Parece que o governador, para não cumprir sua promessa, vai se aliar aos ecossistemas. Ou aos ambientalistas. Ou a quem lhe puder ser útil.

Aí dei-me conta da inutilidade de meus pensamentos. Não há solução, exceto a velha “Nova Ponte”. E, depois de conseguir avançar mais uma dezena de metros, voltei meu olhar em busca de mais motivos de divagações.

Motocicletas.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

A doença da Saúde


Abaixo um relato feito por uma mulher que peregrinou atrás de atendimento médico de urgência.

Trata-se de pessoa esclarecida, com alguma condição financeira, transportada de automóvel. O desfecho poderia ser outro caso fosse uma pessoa menos esclarecida, com menos recursos próprios, e dependendo de transporte público ou ambulâncias.

O caso se passou em Ilhéus, mas poderia ser em qualquer cidade do Brasil.

O Brasil precisa tomar para si, de fato, a missão, com os respectivos encargos decorrentes, de universalizar a saúde com qualidade. Não é fácil, e não é barato. Mas é necessário fazê-lo.

Enquanto isso, vamos apostando na sorte.

RELATO DO QUE ME ACONTECEU NA QUINTA-FEIRA
Socorro Mendonça












segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Punir o Espetáculo

Depois de um mês sem Fórmula 1, estava um belo domingo. Fernando Alonso, o gênio da atualidade, dentro de seu carro limitado, preparava-se para mais uma corrida. Acompanhando a câmera On Board abaixo é quase possível ouvir seus pensamentos.

"Largada é um momento tenso. Preciso ser rápido, ter bons reflexos, mas também ter muito cuidado."

Segundos depois...

"Ôpa! Aquele ali à esquerda com certeza queimou a largada. Vai ser punido. Melhor. Um a menos... aliás, dois, já que Kobayashi largou mal, e eu já passei ele."

Mais um tempinho...

"Até aqui tudo bem: com a punição do afobadinho que queimou a largada, vou fazer a curva virtualmente em terceiro lugar, o que não é um mau começo. Até aqui tudo bem. Esta corrida promete ser um presente dos céus".

Mas dos céus viria outra coisa: um carro preto. E de repente tudo acaba.