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sábado, 31 de agosto de 2013

Um pouco de humanismo e bom senso

Um pouco de alento. Muito bom senso e humanidade. De fato, os médicos estrangeiros podem fazer uma grande diferença para muita gente. Mesmo portando "apenas" um esfignomanômetro e um estetoscópio.

Mas trata-se, teme-se, de um profissional diferenciado. Que trabalhou nos Médicos Sem Fronteiras. Que conheceu realidades tão diversas das dos consultórios antissépticos dos grandes centros médicos das grandes cidades.


David Oliveira de Souza: de Medecins Sans Frontiers ao Sírio Libanês.
Carta aos Médicos Cubanos

Original aqui.

Por David Oliveira de Souza*

Bem-vindos, médicos cubanos. Vocês serão muito importantes para o Brasil. A falta de médicos em áreas remotas e periféricas tem deixado nossa população em situação difícil. Não se preocupem com a hostilidade de parte de nossos colegas. Ela será amplamente compensada pela acolhida calorosa nas comunidades das quais vocês vieram cuidar.

A sua chegada responde a um imperativo humanitário que não pode esperar. Em Sergipe, por exemplo, o menor Estado do Brasil, é fácil se deslocar da capital para o interior. Ainda assim, há centenas de postos de trabalho ociosos, mesmo em unidades de saúde equipadas e em boas condições.

Caros colegas de Cuba, é correto que nós médicos brasileiros lutemos por carreira de Estado, melhor estrutura de trabalho e mais financiamento para a saúde. É compreensível que muitos optemos por viver em grandes centros urbanos, e não em áreas rurais sem os mesmos atrativos. É aceitável que parte de nós não deseje transitar nas periferias inseguras e sem saneamento. O que não é justo é tentar impedir que vocês e outros colegas brasileiros que podem e desejam cuidar dessas pessoas façam isso. Essa postura nos diminui como corporação, causa vergonha e enfraquece nossas bandeiras junto à sociedade.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Intelectuais e Partidos Políticos

O PT e o PSDB eram os protagonistas, no passado, do pensamento mais intelectualizado, racional e ponderado na Política.

Ambos perderam isso na luta insana pelo Poder. E agora esse contraponto à realpolitik falta a ambos.

É hora dos partidos investirem nos seus intelectuais

Luis Nassif
Hélio Bicudo: jurista, fundador do PT, militante do PSDB. Voz não ouvida.

Original aqui.

Houve um longo período na política brasileira em que se superestimou o papel dos intelectuais na atividade política. Nos últimos anos ocorreu processo inverso, com fundas consequências na vida dos partidos, especialmente da oposição.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Os médicos, as galinhas e os cubanos



Victor Lisboa


Original aqui.

1. Desordem no galinheiro


Breve cena da vida privada. Pela manhã, escuto no rádio que chegaram os primeiros médicos estrangeiros. No trabalho, colegas conversam a respeito. Um sugere que é estratégia para dar grana ao Fidel. Penso em replicar que as coisas são mais complexas mas, nesse momento, liga minha mãe.

Chorosa, pergunta se eu poderia ajudar a fazer uma denúncia contra um médico que desmarcou sua consulta por duas vezes e, na terceira, deixou-a esperando duas horas até ser atendida. No sábado, soube de uma menina que, atropelada, faleceu após aguardar três horas por atendimento em um hospital.

Breve cena da história. Logo após a Primeira Guerra, um naturalista norueguês chamado Thorlief Schjelderup-Ebbe decidiu passar uns tempos na fazenda de seus pais. Ao cuidar do galinheiro, notou que ali havia hierarquia: algumas galinhas comiam primeiro os grãos despejados em um pote; saciadas, abriam espaço àquelas no segundo nível da hierarquia; por fim, quem estava na base ficava com as sobras. Tudo bem ordeiro.

Ele chamou essa estrutura de “ordem de bicadas” (pecking order).

sábado, 24 de agosto de 2013

De estranhos e estrangeiros

Prof. Clóvis F. Ramaiana M. Oliveira


 Original aqui.

Mainha dizia que toda vez que via um jaleco de médico por perto, subia-lhe a pressão. Não era para menos; a velha tabaroa, que falava fluentemente a língua das plantas, via, nos médicos, invasores. Seres que vinham questionar os saberes acumulados nas folhas, nos caules, nas raízes e que circulavam nas melodias das oralidades. Pensava neles de maneira xenófoba.

Lembro sempre dela quando rola o debate sobre os médicos cubanos. Para a velha, bastava usar o jaleco branco.

E para mim?

Vou tentar seguir outros caminhos.

Tenho, na minha família, duas médicas, ambas muito boas no mister que escolheram para suas vidas. Uma delas, minha irmã, sempre foi, como profissional e estudiosa, um dos faróis da minha vida. Também tenho bons amigos que são bons médicos. Um deles, meu cardiologista, me impressiona pela simplicidade e capacidade de sentir, em si, as dores dos seus pacientes. Portanto, nada tenho contra médicos em geral, assim como não tenho contra historiadores, minha profissão. Poderia apontar, nos dois grupos de trabalhadores, práticas degradantes e sujeitos ruins, mas nunca na atividade propriamente.

Por isso gostaria de deslocar meu olhar para outra perspectiva, nunca da qualidade ou não de médicos daqui ou dali.

Quem é, de fato, estrangeiro?

Os Cubanos estão vindo!

Caluda! Os cubanos vêm aí


Luciano Martins Costa

Original aqui.

Os jornais foram surpreendidos pela decisão do governo de importar de Cuba 4 mil médicos para ocupar postos em lugares críticos, onde não há serviço público ou particular de saúde. Os primeiros 400 deverão chegar já na próxima semana e serão enviados para cidades ou bairros que não despertaram interesse de profissionais brasileiros ou do exterior na primeira fase das inscrições no programa Mais Médicos, 84% dos quais no Norte e Nordeste.
Médicos cubanos para amenizar uma carência crônica de
profissionais no Brasil

O noticiário dá conta de que, ao todo, 3.511 municípios se inscreveram no programa, o que revela uma demanda de 15.460 vagas. Apenas 15% desse total haviam sido completados até quarta-feira (21/8). Cada médico contratado custará aos cofres públicos R$ 10 mil de salários mensais, mais os custos da mudança e pagamento de moradia e alimentação.
O convênio que permitirá a contratação de médicos cubanos foi feito pelo governo brasileiro com a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS), que tem um acordo com governos de vários países, inclusive Cuba, para atender casos de emergência e carência crítica.

Os jornais de quinta-feira (22/8) explicam que 84% dos profissionais que virão de Cuba têm mais de 16 anos de experiência, 30% são pós-graduados, muitos trabalharam em países onde se fala a língua portuguesa, principalmente na África, e todos são especialistas em saúde da família.

Ainda assim, dirigentes de entidades médicas do Brasil fazem declarações à imprensa condenando a iniciativa. Representantes do Conselho Federal de Medicina e da Associação Médica Brasileira dão a volta nas informações oficiais sobre o convênio firmado com a OPAS e declaram que o programa é apenas uma jogada eleitoral. Um desses dirigentes chegou a afirmar que o contrato para trazer médicos cubanos tem “características de trabalho escravo”. No extremo do destempero, o presidente do Conselho Federal de Medicina opinou que a iniciativa do governo “poderá causar um genocídio”.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Veja lá o Preconceito!

A revista Veja estampou uma foto em sua capa do dia 21 de Agosto de 2013 uma fotografia que seguramente foi muito, muito infeliz.

Para não dizer preconceituosa.
Bandeira da Paraíba associada ao "vandalismo"
A foto mostra um manifestante, supostamente um Black Bloc, aqueles que cometem atos de violência e vandalismo nas manifestações. O rosto está coberto. A expressão nos olhos sugere ser uma pessoa jovem, talvez uma adolescente.

sábado, 17 de agosto de 2013

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Sobre Medicina, Brasil e Cuba

Um médico cubano fala. Para nos fazer refletir sobre Medicina, sobre respeito entre os povos, sobre a recentemente tão difamada medicina cubana.

Vale à pena ler.

Original aqui.

“Meu nome é Juan Carlos Raxach, cubano, que desde 1998 escolhi o Brasil como meu país de residência, e sinto o maior orgulho de ter me formado, em 1986, como médico em Havana, Cuba.

É com tristeza e dor que vejo as notícias publicadas pela mídia e nas redes sociais, a falta de respeito e de solidariedade proveniente de alguns colegas brasileiros, profissionais ou não da área da saúde, que atacam e desvalorizam os médicos formados em Cuba como uma forma de justificar a sua indignação às medidas tomadas pelo governo brasileiro no intuito de melhorar a qualidade dos serviços do SUS.

sábado, 3 de agosto de 2013

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

As empresas digitais e a Concentração de renda

Todas mudanças são traumáticas, e nada acontece sem uma contrapartida. O mundo digital, tão instantâneo e tão fácil, também tem seu preço. Uma concentração de renda crescente, sem paralelo em outros ramos da atividade humana.


Facebook comprou o instagram por R$ 2,2 bilhões e apenas 13 funcionários

Contra a Internet


Álvaro Pereira Júnior
Folha de São Paulo

Original aqui.

No auge, a Kodak empregava mais de 140 mil pessoas e valia cerca de R$ 50 bilhões. Quando o Instagram foi vendido por R$ 2 bilhões ao Facebook, ano passado, tinha só 13 funcionários.