Pesquisar

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Eis o Golpe


Pronto.

Golpe consumado.

Estou triste. Mas orgulhoso.

Fiquei do lado da Democracia. Não aplaudi o Golpe de Estado.

Golpe que começou com uma chantagem, foi conduzido pelos políticos mais corruptos com os interesses mais escusos, e culminou com a entrega do poder àqueles que, no voto, não o conseguiram. Mas agora estão lá, implementando uma agenda política que foi recusada nas urnas.

Golpe na Forma e no Conteúdo.

Não lhes guardarei ódio. Porque, afinal, vi o quanto o ódio consegue cegar as pessoas e fazê-las mutilarem a si mesmas sem sequer perceber isto. Apenas ansiosas por sentir o gosto de sangue.

E estarei ao lado dos mutilados que, hoje, comemoram o sangue nas suas bocas. Sei que estaremos juntos em breve, lutando pelo que eu já luto hoje.

Perdi eu, os brasileiros, a Democracia. Mas não faz mal.

Amanhã olharei os meus filhos nos olhos e contarei a eles que, apesar de tudo, permaneci do Lado certo da Luta. Estaremos, eu e eles, orgulhosos disso.

Sem culpa. Sem mágoa. Combati o bom combate. Como disse Darci Ribeiro, estava do lado derrotado, mas foi melhor assim.

Não ficaria feliz de estar ao lado dos que venceram.

domingo, 7 de agosto de 2016

Então não é Golpe?

O impeachment começou por causa de uma vingança movida por um crápula, à qual a presidenta não cedeu. Motivação nada republicana.

O impeachment foi sustentado por políticos que precisavam tirar Dilma para "estancar a Lava Jato". E esses caras vão julgá-la!

O "crime" atribuído à Presidenta é negado pelos juristas, pelos professores e estudantes de direito, pela auditoria do Senado e pelo MPF. Mas incrivelmente ela será condenada assim mesmo. E pior: pelos políticos que eu mencionei no parágrafo anterior. Aqueles, que estão interessados que ela saia para se livrarem da Justiça! Como ver isto como algo republicano?

Como resultado do impeachment, chega ao poder central um grupo político que não vence as eleições desde o século passado. E eles chegam implementando uma agenda da Direita, que havia sido RECUSADA NAS URNAS.

Se isto não é um Golpe de Estado, então eu não sei que nome se dá.